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Hat trick de Verstappen provoca festa de Copa do Mundo em Zandvoort
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Verstappen encarou a inclinação da curva 14 na última volta, apontou na reta, cruzou a linha de chegada. E Zandvoort explodiu como numa conquista de Copa do Mundo.
O "exército laranja", com 305 mil torcedores tomando as arquibancadas do autódromo desde sexta-feira, tinha motivos de sobra para isso. Diante de seus olhos, o grande ídolo local acabava de dar mais um passeio, um importante passo rumo ao bicampeonato da F1.
A vitória na Holanda foi a 10ª de Verstappen em 15 etapas. Foi, também, a segunda em casa e a 30ª da carreira _na história da categoria, só oito pilotos chegaram a três dezenas de vitórias. Foi, ainda, um hat trick, com pole e melhor volta _a quinta vez que ele consegue o feito.
Na linha de chegada, 4s1 separaram o vencedor de Russell, o segundo colocado. Leclerc completou o pódio.
A 15ª etapa do Mundial aconteceu num domingo de muita festa em Zandvoort, 23°C no ar, 34°C no asfalto. Antes mesmo da prova, as arquibancadas mais lembravam uma rave.
Leclerc arrancou bem na largada, mas Verstappen forçou o ritmo, fez a primeira curva na frente e manteve a liderança. Hamilton e Sainz se tocaram, mas sem maiores prejuízos. Um pouco mais atrás, Norris passou Russell, enquanto Stroll largou bem e ganhou duas posições.
Ao fim da primeira volta, o top 10 tinha Verstappen, Leclerc, Sainz, Hamilton, Pérez, Norris, Russell, Stroll, Ocon e Schumacher.
Com um foguete nas mãos e com vento na cara, Verstappen tratou de abrir vantagem. Na quinta volta, tinha 1s2 sobre Leclerc. O monegasco tentou se aproximar, fez o que podia com a F1-75, mas o líder conseguiu administrar bem a folga. Na décima volta, 1s8 separavam os dois.
Os pit stops "normais" começaram na 13ª volta. Alonso foi para os boxes e trocou os pneus macios pelos duros. Na 15ª, Sainz e Pérez entraram _e a Ferrari mais uma vez cometeu um erro inexplicável, esquecendo de levar o pneu traseiro esquerdo do espanhol para o pit.
Norris e Leclerc foram chamados na 18ª, e desta vez a escuderia italiana trabalhou direito. Verstappen entrou na 19ª e, a exemplo da maioria, tirou os macios e colocou os médios.
Hamilton passou a liderar, seguido por Russell, ambos com médios desde a largada. Uma estratégia diferente para tentar alguma coisa já que o carro não ajuda muito...
Verstappen não quis nem saber. Seguiu acelerando, recuperando terreno, armando o bote.
"Talvez Hamilton tente só uma parada", disse o engenheiro de Leclerc pelo rádio.
Na 28ª, Verstappen passou Russell na Tarzan e assumiu a segunda posição. Duas voltas depois, Hamilton finalmente fez seu pit stop, e o holandês reassumiu a liderança.
Mais uma vez, com vento na cara, foi hora de abrir vantagem.
Na metade da prova, a 36ª das 72 voltas, Verstappen tinha 8s7 para Leclerc. Pérez e Hamilton vinham na sequência, num ótimo duelo pela terceira posição.
O inglês tentou, cutucou, perseverou e, na 37ª, superou o mexicano. Foi a grande briga da prova. A insistência de Hamilton tinha um porquê: com o plano de apenas uma parada, ele não podia deixar Verstappen disparar tanto à sua frente.
Na 46ª volta, Leclerc fez seu segundo pit: saíram os médios, entraram os duros.
Duas voltas depois, Tsunoda, que vinha reclamando de problemas no carro, encostou e parou entre as curvas 4 e 5.
Safety car virtual! E corre-corre nos boxes, com muita gente aproveitando a brecha para trocar pneus, entre eles Verstappen, Hamilton e Russell.
O holandês colocou duros. O heptacampeão foi para os médios.
A disputa foi reaberta na 50ª volta.
"O safety car nos atrapalhou", disse Hamilton, pelo rádio. Sim, o inglês era segundo colocado pelos próprios méritos, mas queria mais. Fez tudo direitinho, mas não foi neste domingo.
Na 56ª, a corrida enfim ganhou alguma emoção. Bottas ficou parado na reta de chegada e o safety car foi acionado.
A Red Bull agiu rápido e fez uma manobra de defesa. Verstappen correu para os boxes: tirou os duros e colocou macios. Caiu para terceiro, mas com totais condições de atacar as Mercedes no fim da prova.
Conquistar a posição de Russell foi fácil: o inglês também trocou pneus. Inexplicavelmente, a Mercedes não fez o mesmo com seu companheiro.
O safety car saiu na 61ª das 72 voltas, com a expectativa de algum duelo Hamilton (de médios) x Verstappen (de macios).
Não durou quase nada. Não era nem metade da reta quando o holandês colocou de lado e passou, sacramentando a vitória. Ficou a impressão de ele até tirou um pouco o pé para não fazer a ultrapassagem antes da linha de chegada.
Três voltas depois, foi a vez de Russell, com macios, também deixar o heptacampeão para trás.
"Não acredito nisso", disse Hamilton, inconformado por não ter sido chamado para trocar pneus.
Se estava ruim para ele, ficou ainda pior a seis voltas do final: Leclerc, mais um com pneus macios, tomou-lhe o pódio.
Outro que ficou de cabeça quente no fim da prova foi Sainz: levou 5 segundos por ter sido liberado de forma arriscada, em cima de Alonso, no segundo pit. Que lambança...
"Tivemos que acelerar muito. Antes do safety car, eu estava bem, mas quando ele veio cheguei a pensar que pudesse perder a corrida", disse o vencedor. "É sempre especial ganhar em casa. Estou curtindo ainda mais neste fim de semana, feliz por ser holandês."
Com o resultado, ele chegou a 310 pontos no Mundial de Pilotos. Leclerc empatou com Pérez com 201, mas leva vantagem pelo número de vitórias (3 a 1). No Mundial de Construtores, a Red Bull Racing tem 511 pontos contra 376 da Ferrari.
Na torcida, o clima era de festa, de fumaça laranja dos sinalizadores, de cantoria.
Não, a Holanda não ganhou uma Copa do Mundo hoje. Mas vá explicar isso para aqueles torcedores...
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