Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Ferrari fez tudo certo, mas Red Bull hoje é imbatível
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
A Ferrari fez tudo certo. Largou na pole position com Leclerc e viu Sainz dar show na pista. Foi precisa nas estratégias. Trabalhou de forma muito eficiente nos boxes. De quebra, contou com sua torcida: 337 mil pessoas passaram pelo circuito nos três dias de evento, empurrando os carros vermelhos e amarelos na celebração do centenário das corridas no Parco di Monza.
Não foi suficiente.
Verstappen venceu o GP da Itália. Foi sua 11ª vitória na temporada, a primeira em Monza, a 31ª vitória na F1. Iguala, assim, outro campeão da categoria: Mansell.
Com o resultado, o holandês pode fechar o campeonato já na próxima corrida, nas ruas de Singapura, com cinco etapas de antecedência.
Deve ser desanimador para a concorrência. Mas é o retrato do momento: a Red Bull hoje tem um carro que sobra na pista, especialmente em ritmo de corrida.
A Leclerc e aos tifosi coube o prêmio de consolação do segundo lugar. Russell, da Mercedes, completou o pódio.
A 16ª etapa do Mundial aconteceu num domingo de calor: 28°C no ar, 44°C na pista.
Luzes apagadas!
Leclerc e Russell deram tudo na largada, mas o monegasco chegou antes à primeira variante. Norris empacou, Ricciardo saiu bem... E Verstappen, claro, veio babando.
O top 10 ao fim da primeira volta tinha Leclerc, Russell, Ricciardo, Gasly, Verstappen, Alonso, Norris, De Vries, Zhou e Vettel.
Determinado a chegar logo ao topo, Verstappen logo se livrou dos dois pilotos à frente e assumiu o terceiro lugar. Na quinta volta, passou Russell. Segundo colocado.
Começou, então, a perseguição a Leclerc.
Mais atrás, outro que dava show era Sainz. Saindo em 18º, já era o décimo na sétima volta.
Na oitava volta, Pérez foi para os boxes e colocou pneus duros. Na saída dos boxes, muita fumaça na sua roda dianteira direita. "É alguma coisa no disco", disse, pelo rádio. Apesar do problema, a Red Bull decidiu mantê-lo na pista. Fez certo, logo tudo voltou ao normal.
Na décima, Leclerc tinha 1s4 para Verstappen. Russell vinha logo atrás, seguido por Ricciardo, Gasly e Norris. Sainz passou Alonso e assumiu o sétimo lugar. Completando o top 10, Alonso, De Vries e Zhou.
"Se o Verstappen for pro plano C, você está feliz em ir pro plano B?", perguntou Xavier Padros, engenheiro ferrarista, a Leclerc. Torcedores ferraristas já começaram a ficar preocupados...
Já Sainz seguia seu show: passou Norris e Gasly e assumiu o quinto lugar.
Instantes depois, o motor de Vettel fumou. O alemão encostou e o safety car virtual foi acionado. "Venha aos boxes para o plano A!", foi a ordem para Leclerc.
Dito e feito. O monegasco entrou, colocou pneus médios e voltou em terceiro.
Um raríssimo acerto da Ferrari. Só ele aproveitou a janela do safety car. A escuderia vislumbrou, enfim, uma chance de dar um nó em Verstappen e na Red Bull.
Na 13ª, outro motivo para celebração dos tifosi: Sainz passou Ricciardo. Quarto colocado!
Calçado com pneus novos, Leclerc passou a apertar o ritmo e a cravar melhores voltas em sequência. Na 20ª volta, estava a 7s2 de Verstappen.
Foi quando começou a janela normal de pits. Gasly, Stroll, Zhou, De Vries, Ocon e Tsunoda foram para os boxes, vários deles colocando pneus duros para ir até o final.
Enquanto isso, as conversas pelo rádio de Leclerc continuavam.
"Vamos para o plano C! Plano C!", informou seu engenheiro. "Ok!"
Na 24ª, Russell foi para pneus duros. Leclerc pulou para segundo. Na 26ª, Verstappen entrou e colocou pneus médios. O monegasco reassumiu a liderança do GP!
A ordem foi reestabelecida. Na 28ª, Verstappen estava em segundo, a 9s3 do líder. Ambos tinham pneus médios, os do holandês 13 voltas mais novos.
Sainz só parou na 31ª. E, a cada volta, passou a ficar claro que Leclerc teria de parar mais uma vez na corrida para colocar pneus novos. O calor estava inclemente.
Aconteceu na 34ª. O monegasco colocou pneus macios, voltou em segundo e partiu para o tudo ou nada atrás de Verstappen.
Não deu.
O ritmo da Red Bull, hoje, é imbatível.
No pelotão do meio, as coisas foram mais agitadas. Hamilton fez uma belíssima manobra sobre Norris e Gasly para assumir a sexta posição. Alonso e Stroll abandonaram. E De Vries, tenho a impressão, assinou seu contrato com a Williams para a próxima temporada: foi nono.
A seis voltas do fim, os tifosi voltaram a ter alguma esperança.
Ricciardo perdeu o motor e encostou na pista. Safety car! Todo mundo correu para colocar pneus novos, Verstappen e Leclerc entre eles.
O problema é que os fiscais demoraram tempo demais para tirar a McLaren da pista.
Não deu. A corrida terminou sob bandeira amarela, com todo o pelotão atrás do safety car, um anticlímax tremendo.
O top 10 na linha de chegada: Verstappen, Leclerc, Russell, Sainz, Hamilton, Pérez, Norris, Gasly, De Vries e Zhou.
Chato. Mas apropriado, de certa forma: combinou com o baixo astral nos boxes da Ferrari.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.