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Efeito dominó do mercado da F1 pode colocar americano na Williams
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A FIA foi inflexível, a AlphaTauri recuou, Colton Herta não correrá na F1 tão cedo. Mas a categoria segue sonhando com um piloto americano. E a resposta pode estar na Fórmula 2.
Nascido na Flórida, 21 anos, Logan Sargeant está próximo de conseguir aquilo que Herta não tem: os pontos da superlicença. A Williams acompanha seus passos com atenção.
"Acho que ele está pronto. Sim, ele precisa da pontuação. Se ele não conseguir os pontos, não há o que fazer. Mas estou confiante de que ele está pronto", disse Capito, o chefe da Williams, em Monza. "Hoje não estamos brigando lá na frente, então não precisamos de dois pilotos experientes. Podemos experimentar um pouco e correr com dois pilotos jovens", completou.
Um dos pilotos em 2023 será Albon, 26, que a Williams resgatou dos porões da Red Bull e que vem fazendo um bom trabalho nesta temporada. O time agora busca um substituto para Latifi. O canadense nunca disse a que veio, faz um péssimo campeonato e viu na Itália as chances de ficar na F1 despencarem: foi batido por De Vries, que nunca havia disputado um GP.
Depois do feito de Monza, o holandês automaticamente tornou-se candidato à vaga. Mas a Red Bull entrou na jogada. E tudo tem a ver com o que está lá na abertura deste texto: a inflexibilidade da FIA em abrir uma exceção e conceder a superlicença para Herta.
É um efeito dominó. Acompanhe com atenção...
O californiano, décimo colocado na recém-encerrada temporada da Indy, tem 32 dos 40 pontos exigidos pelo sistema da FIA para correr na F1. Poderia chegar lá fazendo alguns treinos livres nesta temporada e disputando a Fórmula Regional asiática, que será disputada de janeiro a fevereiro em pistas do Oriente Médio _o quarto lugar no campeonato bastaria.
Aí há dois problemas. O primeiro, de prazo: a Red Bull precisa de uma solução antes disso. O segundo, de orgulho: desde 2019 na Indy, Herta não quer dar um passo atrás e disputar uma categoria de base, com um carro muito menos potente. Prefere se resignar e esperar.
"Entendo a posição da FIA, assim como entendo que a Indy é mal representada na estrutura de pontuação da superlicença. Mas aceito isso. Não quero virar uma exceção", disse, no fim de semana, à "Autosport". "Não vou disputar uma categoria de base depois de quatro temporadas correndo como um piloto profissional num campeonato como a Indy."
A Red Bull queria Herta na AlphaTauri. Assim, liberaria Gasly para a Alpine.
A negativa da FIA coincidiu com o show de De Vries em Monza. E Marko, responsável pelos pilotos da marca de energéticos, não perdeu tempo. As conversas já estão acontecendo.
Se tudo der certo, a AlphaTauri terá Tsunoda e De Vries em 2023, enquanto a Alpine correrá com uma dupla 100% francesa: Ocon e Gasly _que não se toleram, diga-se.
Todo esse movimento pode jogar a vaga da Williams no colo de Sargeant, que integra o programa de desenvolvimento da escuderia e já foi escalado para o primeiro treino livre em Austin.
Faltando duas etapas para o fim da Fórmula 2, ele é o terceiro colocado no campeonato. Para conseguir os pontos necessários para a superlicença, basta terminar em quinto.
Seria estranho, mas não inédito, ver o campeão da F2 esperando por uma chance enquanto um coadjuvante fura a fila e consegue uma vaga na F1.
Aconteceu no ano passado. Zhou, terceiro colocado, arrumou uma vaga na Alfa Romeo. Piastri, o badalado campeão de 2021, passou esta temporada como reserva da Alpine.
O que pesou foi a bandeirinha no cinto do macacão. A Liberty Media, que comanda comercialmente a F1, há anos sonhava com um piloto chinês, de olho no mercado do seu país.
É exatamente o mesmo caso agora.
A F1 quer um americano. Tentou Herta, não deu. Sargeant é o próximo.
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