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Fábio Seixas

REPORTAGEM

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Verstappen dissimula, Hamilton cutuca; veja horários da F1 em Singapura

Max Verstappen concede entrevista no paddock de Singapura - Clive Rose/Getty Images
Max Verstappen concede entrevista no paddock de Singapura Imagem: Clive Rose/Getty Images

Colunista do UOL

29/09/2022 11h51

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Marina Bay, Singapura, quinta-feira à noite. Verstappen está com seu novo boné laranja, número 1 estampado na frente. Uniforme da Red Bull, claro. Atrás dele, Ricciardo parece feliz da vida e faz gracinhas para a câmera. O repórter segue a receita clássica. Faz uma pergunta descontraída, para amaciar, e depois vai ao que interessa: a expectativa para o título.

"Vamos tentar ter um bom fim de semana. Vencer o campeonato aqui seria legal, mas não é algo em que estou pensando", responde o holandês, sorriso matreiro estampado no rosto.

É claro que ele está pensando nisso. Todo mundo está. O GP de Singapura, neste fim de semana, é o primeiro de seis match points que ele tem pela frente para conquistar o bi.

(Aliás, não entendo por que pilotos sempre têm essa atitude blasé às vésperas de decisões. Os caras passam o ano todo lutando por um objetivo, se arriscando, trocando tinta e farpas. Daí, quando a coisa está para acontecer, o discurso é sempre este: "Não estou pensando nisso". Está pensando no quê, então, meu filho? Nos capítulos finais de "Pantanal"? Tenha dó...)

Hamilton, pelo menos hoje, foi mais direto. "Sinto pelos fãs. Para todo mundo, inclusive para nós, foi muito intenso levar a disputa até o fim. Nunca é legal quando a temporada acaba mais cedo, mesmo quando aconteceu comigo. Para você, como indivíduo, é ótimo. Mas para o esporte, como um todo, não é espetacular", declarou o heptacampeão.

A matemática não é complicada. O primeiro requisito é Verstappen vencer o GP. Se ele fizer isso e ainda cravar a melhor volta, precisa que Leclerc chegue no máximo em oitavo e que Pérez não vá ao pódio. Caso vença sem o ponto extra, precisa que Leclerc seja no máximo nono e que o mexicano chegue no máximo em quarto, também sem fazer melhor volta.

A primeira parte é a menos difícil da missão de Verstappen: vencer. O mais improvável é imaginar Leclerc chegando abaixo de sétimo. É nisso que vale a pena ficar de olho no domingo.

Outros dois pontos importantes para prestar atenção: o safety car e a previsão do tempo para os próximos dias.

Todas as 13 edições do GP de Singapura até hoje tiveram ao menos uma entrada do safety car. Foram 20 ao todo. A primeira tornou-se célebre: a infame batida de Nelsinho na curva 17, em 2008. Na última visita da F1 por lá, em 2019, foram três intervenções, a derradeira delas após Kvyat e Raikkonen baterem na curva 1 _o finlandês levou a pior, com a suspensão quebrada.

Ou seja, o safety car precisa estar na estratégia de todo mundo. Ouviu, Ferrari?

A meteorologia também deve animar o fim de semana. Há 86% de chances de chuva no domingo. O índice segue alto na sexta e no sábado: 63% e 69%, respectivamente.

Caso conquiste o bi no domingo, Verstappen igualará o feito de Schumacher em 2002, fechando a disputa com cinco GPs de antecedência. A vitória ainda o levará para a segunda posição em porcentagem de vitória numa temporada: 54,5%. Caso vença mais duas até o fim do ano, se tornará o recordista absoluto, batendo o Schumacher de 2004 e o Vettel de 2013.

Isso dito, repito o que escrevi logo depois de Monza: acho que fica para Suzuka, no outro domingo.

Segue a programação do GP de Singapura, no traço fino do Pilotoons...

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Programação do GP de Singapura
Imagem: Pilotoons