No 1º match point, Verstappen mantém fórmula vencedora

Diante do primeiro dos seis match points, a estratégia de sempre, o plano que vem funcionando. Verstappen ficou na dele, começou a sexta-feira de forma discreta. Mas no fim do dia mostrou que tem potencial para conquistar o bicampeonato já neste fim de semana.

O holandês, que completa 25 anos nesta sexta, foi o segundo colocado no primeiro treino livre em Singapura. Liderou boa parte da sessão, é verdade, e terminou numa excelente posição.

Mas a notícia foi o autor do melhor tempo. Pela primeira vez na temporada, Hamilton liderou uma sessão. (Jamais imaginei que levaria 17 GPs para escrever esta frase.)

O heptacampeão cravou 1min43s033, vantagem de 0s084 para o rival. Leclerc, que enfrentou problemas nos freios, foi o terceiro, seguido por Pérez, Russell e Sainz.

O maior incidente do treino veio com Stroll, que acertou o muro da curva 5 quando faltavam 20 minutos para o fim, o que exigiu uma rápida bandeira vermelha até a remoção do carro.

A segunda sessão viu Verstappen apagado, quase sempre no pelotão do meio, entre Alfas Romeos, Alpines e Aston Martins. Até que nos últimos instantes ele foi à pista e, sem muito esforço, fez o quarto tempo.

As duas Ferraris ficaram lá na frente. Sainz marcou 1min42s587, 0s208 melhor do que Leclerc. Russell ficou em terceiro. Desta vez, o grande susto foi de Gasly, com um princípio de incêndio no carro quando estava recolhendo para os boxes.

"O carro está funcionando bem. Tentamos mudar algumas coisas no carro no segundo treino, mas isso acabou tomando muito tempo. O que mostramos não foi representativo. Ainda há muito para melhorar", resumiu Verstappen, não parecendo muito preocupado.

É, até agora, a repetição de um roteiro encenado tantas e tantas vezes ao longo do ano. Às sextas, Verstappen é discreto. Nos sábados, luta pela pole _e nem sempre vence. No domingo, ganha o GP com facilidade _ são 11 vitórias em 16 etapas até agora, incluindo as cinco últimas.

Para fechar a fatura e conquistar o bicampeonato no domingo, o holandês precisa vencer a corrida. Se ele fizer isso e ainda cravar a melhor volta, precisa que Leclerc chegue no máximo em oitavo e que Pérez não vá ao pódio. Caso vença sem o ponto extra, precisa que Leclerc seja no máximo nono e que o mexicano seja no máximo em quarto, também sem a melhor volta.

O histórico joga contra o campeão. Verstappen nunca venceu o GP de Singapura. Seu melhor resultado foi um segundo lugar, em 2018.

Fora da pista, como está se tornando hábito às sextas-feiras, o agito foi maior.

Primeiro, com fortes rumores sobre Red Bull e Aston Martin terem estourado o teto de gastos na temporada do ano passado. Mas por que o assunto veio à tona agora? Porque na próxima quarta, dia 5, a FIA vai divulgar os resultados das auditorias nas contas das equipes em 2021.

Questionado no paddock, Horner prontamente classificou a história de "pura especulação". Já Wolff falou grosso, ficou exaltado. Pediu punições duras para eventuais infratoras do teto.

"É uma infração pesada. Severamente pesada. Estamos reutilizando peças, não estamos usando tudo o que gostaríamos e temos mais de 40 pessoas fazendo funções dobradas", disse o chefe da Mercedes.

Segundo a "Autosport", uma das equipes infratoras teria ficado bem próxima do limite de US$ 145 milhões. Já a outra teria extrapolado e estourado o teto acima de 5%. As punições vão desde uma reprimenda pública até a desclassificação do Mundial.

O que vai acontecer? No máximo, uma multa pesada e a perda de pontos nos Construtores.

O mercado de pilotos também teve sua parcela de agito nesta sexta-feira.

O Canal+, da França, noticiou nesta sexta que a AlphaTauri chegou a um acordo com De Vries. Isso liberaria Gasly para correr na Alpine no ano que vem, ao lado de Ocon.

Por ora, silêncio nas duas equipes...