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Fábio Seixas

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Sainz crava pole na luta para resgatar orgulho ferrarista

Carlos Sainz, piloto da Ferrari, conquistou a pole position no GP dos Estados Unidos - Jared C. Tilton/Getty Images
Carlos Sainz, piloto da Ferrari, conquistou a pole position no GP dos Estados Unidos Imagem: Jared C. Tilton/Getty Images

Colunista do UOL

22/10/2022 20h18

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A Red Bull quer um Mundial. Mas a Ferrari busca um alento. E prevaleceu neste sábado.

Sainz conquistou a pole position para o GP dos EUA sonhando em dar à sua equipe um final de campeonato minimamente semelhante ao seu início.

A escuderia começou o ano brilhando, com uma dobradinha no Bahrein. Venceu novamente na Austrália, na terceira etapa. Mas, a partir daí, assistiu impotente a um desfile da Red Bull.

O placar hoje aponta 14 vitórias para a Red Bull contra 4 da Ferrari e a iminência da conquista do Mundial de Construtores pela equipe austríaca já neste domingo.

Para impedir o título da adversária neste fim de semana, a Ferrari precisa marcar ao menos 19 pontos a mais no GP. Este cenário só aconteceu uma vez no ano: justamente no Bahrein.

É a terceira pole do espanhol na F1. E a 12ª da Ferrari na temporada, o que traz à tona um dos grandes problemas da escuderia no ano: a incapacidade de transformar poles em vitórias.

Verstappen larga em segundo. A segunda fila do grid terá Hamilton e Russell.

A Red Bull não conquista um Mundial de Construtores desde 2013. Vencê-lo em 2022 terá um simbolismo histórico e significará também um alívio para o futuro a curto prazo.

O simbolismo: encerrar a maior hegemonia da história da F1, os oito títulos consecutivos conquistados pela Mercedes. O alívio: garantir isso já, porque em 2023 pode ser complicado.

Em Austin, até os cavalos das fazendas vizinhas ao circuito passaram os últimos dias com um único assunto: o estouro do teto orçamentário de 2021 pela equipe austríaca. Horner já teve ao menos dois encontros com o presidente da FIA, Ben Sulayem. Uma solução parece próxima.

Tudo caminha para um acordo. Mas que pode ser fatal para a pretensões do time em 2023. Horner e seu turma admitiriam o erro nas contas da última temporada, assinariam uma espécie de Termo de Ajustamento de Conduta e seriam punidos com a perda de 25% do tempo de uso do túnel de vento no ano que vem.

Numa era de carros tão dependentes da aerodinâmica, é uma punição relevante.

O segundo caminho seria mais desgastante, com potencial para virar uma novela.

A Red Bull pode seguir negando a infração e apelar do eventual veredicto da FIA. Uma audiência do Painel de Julgamento do Teto Orçamentário será marcada, e a equipe apresentará suas alegações, buscando a maioria dos votos para ser absolvida. Caso perca, poderá ainda recorrer à Corte de Apelações. Tudo isso pode levar meses.

Daí tantas conversas entre Horner e Ben Sulayem no fim de semana. Mas a notícia da morte de Mateschitz, divulgada 40 minutos antes da classificação, deve adiar qualquer decisão.

Na pista, a sessão classificatória teve domínio ferrarista. Sainz foi o mais veloz no Q1, Leclerc cravou o melhor tempo no Q2.

No Q3, Sainz fez 1min34s356. Leclerc fez o segundo tempo, mas terá de cumprir punição de dez posições no grid por ter trocado motor a combustão e turbo. Com isso, Verstappen herdou a segunda posição.

Pouco antes de os carros irem pra pista, a F1 ganhou um novo piloto. Ou quase isso.

A Williams anunciou que o americano Logan Sargeant, 21, atualmente terceiro colocado na F2, será seu titular em 2023. Mas seu nome vem acompanhado de um asterisco: ele precisa terminar o campeonato da categoria-escola entre os cinco primeiros colocados para conseguir os pontos necessários para a superlicença.

Hoje ele é o terceiro, mas apenas 25 pontos o separam do décimo colocado e ainda há uma rodada dupla a ser disputada, em Abu Dhabi.

Por via das dúvidas, a Williams montou um programa de testes para o novato. Depois de estrear em Austin, na sexta, ele já está escalado para os treinos livres no México e em Abu Dhabi e também para a sessão de testes de jovens pilotos, ao fim da temporada.