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Verstappen dá show de maturidade, passeia no México e ainda bate recorde
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Verstappen tirou o domingo para passear no México. E, de quebra, para mostrar enorme controle do carro e inscrever seu nome em mais um capítulo da história do automobilismo.
O holandês venceu pela 14ª vez na temporada, um recorde em números absolutos. Superou as 13 de Schumacher em 2004 e de Vettel em 2013, marca que parecia inalcançável.
É mais uma demonstração da superioridade formada pelo conjunto piloto-máquina, Verstappen-RB18. Apenas as vitórias desta temporada já seriam suficientes para colocar o holandês como o 20º maior vencedor da história, à frente de muitos campeões.
É para aplaudir, o número está lá, ninguém tira. Mas é preciso contextualizá-lo, principalmente numa era de campeonatos cada vez mais inchados _a temporada atual terá 22 etapas.
Como fica isso em termos de aproveitamento?
Em 1952, Ascari venceu 6 dos 8 GPs, ou 75%. Schumacher, 18 anos atrás, chegou perto: ganhou 13 de 18, ou 72,2%. Com a vitória de hoje, Verstappen chegou a 63,6%. Caso vença as duas etapas que restam, São Paulo e Abu Dhabi, o holandês irá para 72,7%. Superará o alemão, mas a marca do italiano, que já dura 70 anos, seguirá intacta.
Hamilton terminou o GP em segundo, com Pérez completando o pódio.
Como se tornou hábito nesta temporada, o GP teve recorde de público: 395 mil pessoas passaram pelo Hermanos Rodriguez nos três dias de evento.
No grid, foi curioso perceber a variação de estratégias. Russell, Hamilton, Bottas, Norris, Alonso, Ocon, Ricciardo, Zhou, Gasly, Albon, Magnussen e Stroll escolheram largar com pneus médios. Todos os outros optaram pelos compostos macios.
O domínio de Verstappen já começou na largada. O holandês pisou fundo, não deu chances para ataques e contornou a primeira curva na frente. Russell até foi bem nos primeiros metros, mas depois caiu para quarto. Hamilton pulou para segundo, puxando Pérez consigo.
O top 10 ao fim da primeira volta: Verstappen, Hamilton, Pérez, Russell, Sainz, Leclerc, Alonso, Bottas, Ocon e Norris.
Na quinta volta, Verstappen tinha já 1s5 sobre o rival, que abria 1s2 para o dono da casa.
O passeio estava desenhado.
Coube a Stroll, na 18ª volta, abrir a primeira janela de pits, na 18ª volta.
"Os pneus estão começando a sofrer agora, principalmente em baixa velocidade", disse Verstappen para a equipe na 22ª volta.
O primeiro piloto da Red Bull a entrar, porém, foi Pérez. Tirou os macios, colocou os médios.
Três voltas depois, Verstappen entrou novamente no rádio para dizer que os pneus dianteiros estavam "mortos". Pit stop pra ele, seguindo a receita do companheiro e colocando médios.
Hamilton assumiu a liderança, seguido por Russell. O heptacampeão elogiava o desempenho dos pneus, dando indícios de que poderia colocar duros no seu pit para ir até o final.
Dito e feito: o heptacampeão foi aos boxes na 30ª volta e colocou duros. Russell fez o mesmo na 35ª, também colocando os compostos de faixa branca, mais duro.
A missão de Verstappen então ficou clara. Ele tinha duas opções.
A primeira: acelerar forte e abrir vantagem suficiente para fazer seu segundo pit e retornar na frente ou próximo das Mercedes. A segunda: levar a RB18 até o fim, fazendo seus pneus médios renderem por 46 voltas contra os duros cinco voltas mais novos de Hamilton.
Na 36ª volta, ele tinha 7s4 para Hamilton. Pérez era o terceiro, seguido por Russell. Na 50ª, a diferença estava em 10s, ainda insuficiente para o holandês fazer um pit e voltar na ponta.
Ficou claro que o campeão tinha escolhido a segunda opção.
Tivemos então a chance de conhecer outra de suas facetas: a de piloto que consegue controlar o consumo de pneus, mesmo sob pressão. Maturidade, é o nome.
Faltando seis voltas para o final, Alonso parou na curva 1, com problemas de motor. O safety car virtual foi acionado, mas por pouco tempo, nada que mudasse os rumos da corrida.
Verstappen cruzou a linha de chegada com 14s9 de vantagem sobre o inglês.
"Está sendo um ano incrível até agora. Vamos tentar mais ainda", disse o holandês, ao fim da prova.
Ninguém duvida disso.
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