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Fábio Seixas

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Interlagos, dia 3: onipresente, Emerson vê neto Enzo "muito perto da F1"

Emerson Fittipaldi no paddock de Interlagos neste sábado - Fábio Seixas/UOL
Emerson Fittipaldi no paddock de Interlagos neste sábado Imagem: Fábio Seixas/UOL

Colunista do UOL

12/11/2022 18h08

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Emerson zanza pra lá e pra cá.

O bicampeão da F1 e das 500 Milhas de Indianápolis passa pela McLaren, entra na Alpine, conversa com amigos da Ferrari, para na Red Bull e fala com Antonio, o "papá Pérez".

Vai pro meio da pista e é homenageado pelos 50 anos da F1 no Brasil.

Ele estava aqui em 1972, na primeira corrida da categoria em Interlagos, ainda extracampeonato. Abandonou. Venceu no ano seguinte. Aparece quase todo ano. É onipresente. Aos 75, é o único campeão brasileiro da F1 no autódromo.

(Senna morreu em 1994, e Piquet tornou-se persona non grata no paddock após comentários de cunho racista contra Hamilton que vieram à tona meses atrás.)

"Espetacular", disse, sobre o neto Enzo assinar com o programa de desenvolvimento da Red Bull. "Ele fez um campeonato fantástico na Fórmula 2. Está muito perto [da Fórmula 1] agora. Só tenho essa palavra a dizer: espetacular. Precisamos de um piloto brasileiro, e estamos chegando."

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Emerson Fittipaldi com Antonio Pérez, pai de Sergio Pérez, no paddock de Interlagos
Imagem: Fábio Seixas/UOL

Falei com o avô, falei com o neto. Garoto bom de papo, pés no chão, zero deslumbramento com a oportunidade que chega agora.

Lembrou do acidente do ano passado em Jeddah, que poderia ter tido consequências bem piores. "O pessoal zoa, mas nessas horas é bom ser baixinho. Seu eu fosse um pouco maior, teria perdido as pernas". Contou que disputou as duas primeiras rodadas desta temporada sem conseguir acelerar tudo _não tinha o movimento total do pé direito.

"Só em Imola que as coisas melhoraram", disse. Foi lá que conseguiu o primeiro pódio do ano.

Tentou fazer mistério sobre a Carlin, sua equipe na F2 em 2023, mas logo foi informado que Marko, seu novo chefe, já tinha contado para a imprensa. "Então tá. É isso mesmo."

Ele vai andar com a nova equipe ainda neste mês, em Abu Dhabi, depois da última rodada dupla do campeonato. E já prepara uma mudança: deixará a República Tcheca, sede da Charouz, para morar na Inglaterra, na região de Silverstone, onde ficam a Carlin e a Red Bull.

Pela manhã, o trajeto para o autódromo foi bem mais tranquilo do que na véspera. Mas sigo espantado com a ineficiência da Prefeitura de São Paulo na sexta-feira. (Lembrem-me de, no ano que vem, mandar um memorando para a CET informando a data de início do evento.)

Símbolo da retomada da F1 no país, o caminho estava cheio de vendedores de bonés fajutos. O preço médio, R$ 50, mas dá pra levar por trintão.

Nas lojas do autódromo, o boné oficial não sai por menos de R$ 400.

A celebração do resultado da corrida de classificação aconteceu já no entardecer paulistano. Começar uma corrida em Interlagos às 16h30, por mais curta que seja, é arriscado demais. Se tudo der certo, ok. Mas se algo sai errado, a chance de vexame é grande.

Este horário foi estabelecido no ano passado por pressão das TVs, é o que consegui apurar.

A organização do GP já tentou mudá-lo, sem sucesso. Espero que, para 2023, a Liberty perceba que está brincando com algo muito sério: o maluco clima de Interlagos.