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Fábio Seixas

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Verstappen vence em Abu Dhabi e Ferrari ganha consolo do vice

Max Verstappen, neste domingo, durante o GP de Abu Dhabi - Mark Thompson/Getty Images
Max Verstappen, neste domingo, durante o GP de Abu Dhabi Imagem: Mark Thompson/Getty Images

Colunista do UOL

20/11/2022 11h32

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Verstappen venceu, a Ferrari sorriu.

A 22ª e última etapa da Fórmula 1 em 2022 assistiu a mais um passeio do bicampeão do mundo: ampliou para 15 o recorde de vitórias numa mesma temporada. Foi sua 35ª vitória na categoria, a terceira em Abu Dhabi.

Mas a maior vibração veio da Ferrari. Com uma estratégia de apenas um pit stop, Leclerc foi o segundo colocado, fechando o ano como vice-campeão.

Foi merecido. Ninguém cravou mais poles no ano, nove. Sainz ficou em quinto. E, com o resultado, a escuderia italiana assegurou também o vice-campeonato de Construtores.

Pode parecer pouco para quem começou o Mundial com domínio no Bahrein. Sim, é um consolo. Mas é melhor do que nada...

A corrida começou no entardecer árabe, 29°C no ar, 35°C no asfalto. Dos 20 pilotos, 17 optaram por começar com os pneus médios. Bottas e Magnussen foram com os duros. Gasly resolveu arriscar tudo com os macios, pouco resistentes no asfalto de Abu Dhabi.

Na pole, Verstappen largou bem e manteve a ponta. Pérez até chegou a colocar o bico de lado do companheiro na primeira curva, mas recolheu. Um pouco mais atrás, Sainz e Hamilton se enroscaram na luta pelo quarto lugar _o inglês acabou vencendo o primeiro duelo.

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Largada do GP de Abu Dhabi, com Sergio Pérez atacando Max Verstappen nos primeiros metros
Imagem: Mark Thompson/Getty Images

O top 10 ao fim da primeira volta tinha Verstappen, Pérez, Leclerc, Hamilton, Sainz, Norris, Russell, Vettel, Ocon e Alonso.

Na quarta volta, Hamilton foi instruído a devolver a posição para Sainz _espremido pela Ferrari, tinha cortado a pista. Na volta seguinte, o inglês atacou e voltou a ser quarto.

A Red Bull começou, então, a abrir vantagem. Na sétima volta, Pérez já tinha 3 segundos sobre Leclerc. A equipe austríaca sobrava, era uma corrida à parte.

A luta pelo quarto lugar, pelo menos, seguia boa: Sainz deu o troco em Hamilton na oitava volta. Na nona, Russell fez o mesmo. O heptacampeão claramente estava com problemas.

Na 14ª volta, Albon e Stroll abriram a primeira janela de pits. A vida dos pneus estava chegando ao fim. Coincidência ou não, Leclerc começava a chegar em Pérez.

Pérez trocou os médios pelos duros na 16ª e perdeu tempo ao voltar pra pista no meio de uma luta entre Vettel e Alonso. Sainz entrou na 18ª. Leclerc ficou na pista na tentativa de reduzir a desvantagem em tempo para o mexicano e ganhar a posição no pit. Hamilton parou na 19ª.

O líder fez seu primeiro pit na 21ª volta. Leclerc parou na seguinte. Mesma receita para ambos: saíram os médios, entraram os pneus duros.

Não funcionou para o monegasco: voltou atrás de Pérez e imediatamente à frente de Sainz, que se segurou para não atacar o companheiro de Ferrari.
Vettel foi o último piloto da zona de pontos a passar pelos boxes, na 24ª volta. Estava com uma estratégia de apenas um pit.

Posições reestabelecidas, portanto. Na 25ª volta, o top 10 tinha Verstappen, Pérez, Leclerc, Russell, Hamilton, Sainz, Norris, Ocon, Alonso e Bottas.

O holandês tinha 2s1 para o mexicano, que mantinha mais ou menos a mesma folga para o rival. Pelo rádio, Pérez começou a pedir passagem.

Coincidência ou não, Verstappen apertou o ritmo e passou a abrir ainda mais vantagem para o companheiro.

Na 34ª, Pérez entrou de novo nos boxes e colocou um novo jogo de duros. Leclerc ficou na pista, em segundo, e a Ferrari então viu uma luz no fim do túnel.

"Você consegue manter este ritmo com o plano C?", a Ferrari perguntou ao monegasco. Ele disse que sim. Era a chance de superar Pérez e conquistar o vice-campeonato.

Russell e Sainz entraram na 40ª, e o inglês precisou pagar 5 segundos de punição por ter sido liberado de forma insegura no primeiro pit.

Na 45ª, um belo momento da corrida: Pérez passou Hamilton, mas o inglês não aliviou e deu o troco. Na volta seguinte, o mexicano novamente atacou e ganhou a posição. Mas deixou alguns segundos pelo caminho...

O último GP do ano chegava então ao momento decisivo. Leclerc estava 9s4 à frente de Pérez, mas com pneus duros 12 voltas mais velhos. Não havia muito o que pensar: o monegasco tinha que tentar chegar ao fim sem parar de novo.

Foi o que fez. Pérez até tentou, chegou a se aproximar, mas em nenhum momento teve a chance de dar o bote.

Nas voltas finais, Hamilton ainda abandonou, o fim de um campeonato do qual ele não terá saudades.

O top 10 na linha de chegada teve Verstappen, Leclerc, Pérez, Sainz, Russell, Norris, Ocon, Stroll, Ricciardo e Vettel _pontuando na despedida, como fez na estreia, 15 anos atrás.