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Mercedes adota visual preto para perder peso e voltar ao topo da Fórmula 1
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Obcecada por voltar ao topo, a Mercedes adotou uma velha (e linda) aparência.
Há muito o que falar sobre o W14, carro apresentado nesta quarta-feira. Mas a primeira atração que salta aos olhos é o retorno ao visual todo preto, como em 2020 e 2021, últimos anos de domínio da equipe no Mundial de Construtores.
O motivo não é saudosismo ou superstição. É puramente técnico: menos tinta significa um carro mais leve, com mais alternativas para os engenheiros trabalharem. O preto do W14 é o preto da fibra de carbono.
"É a história se repetindo... Se você olhar para a origem da das flechas de prata... A Mercedes tinha carros pintados de branco, acima do peso, um pouco parecido com o que vivemos no ano passado. Então retirou a tinta e deixou apenas o prateado do alumínio. É o que voltamos a fazer agora. O que fica é a fibra de carbono", explicou Wolff, o chefe da equipe.
Desde o ano passado, o limite mínimo dos carros de F1 é 798 kg. Mas poucas equipes se aproximaram disso, por influência do novo regulamento, que deixou os modelos mais pesados.
Há um cálculo antigo na categoria que indica que cada 10 kg a mais no carro significam acréscimo de 0s3 no cronômetro num circuito de 5 quilômetros. Por isso muitos carros hoje exibem o preto da fibra de carbono onde antes havia tinta colorida e adesivos. A Mercedes radicalizou.
"Finalmente estamos prontos para começar. Ela está aqui, ela parece espetacular. Vamos fazer o primeiro teste daqui a pouco e esperamos que ela se comporte e seja rápida", completou, referindo-se ao carro no feminino. É outra volta ao passado. Tem sua graça.
O penúltimo lançamento da Fórmula 1 aconteceu em Silverstone. A previsão da equipe era levar o carro logo à pista, para um shakedown.
Normalmente é um teste pro forma, apenas para checar se os componentes do carro funcionam. Mas, no caso da Mercedes, será um dos grandes momentos do ano. Todos, na fábrica e na pista, na Inglaterra e na Alemanha, têm uma pergunta na cabeça: "o carro pula?"
"Dedos cruzados", resumiu Mike Elliott, o diretor técnico da equipe, quando defrontado com a questão. "Foi um grande desafio, passamos muitas horas trabalhando, usamos muito intelecto nesse carro, muitas ferramentas... E olhamos muito para os aprendizados do ano passado."
O ano passado... Falar de 2022 foi uma das tônicas do lançamento do W14.
Depois de conquistar sete Mundiais de Pilotos e oito de Construtores em sequência, a Mercedes viveu uma temporada de pesadelos. Seus engenheiros tomaram um caminho errado na interpretação do novo Regulamento Técnico, e Hamilton e Russell passaram boa parte do campeonato sofrendo com o "porpoising", quicadas do carro no chão.
Na parte final do ano, é verdade, a situação já estava melhor, a ponto de Russell vencer o GP de São Paulo. Foi a primeira vez que Hamilton passou uma temporada sem vitória na F1.
"Quando olhamos pra trás, foi uma temporada difícil. Tivemos um início terrível, tentando entender o que aconteceu, aprendendo a administrar nossas emoções. Mas o carro foi se tornando melhor, mais previsível e tivemos alguns bons momentos na parte final da temporada, como Interlagos", afirmou Wolff.
Iniciando sua 17ª na categoria, a 11ª com a Mercedes, Hamilton disse estar motivado. "Todos nós sentimos falta de pilotar. Há uma combinação de energias entre as pessoas dessa equipe que me motiva a continuar e a sempre acreditar que posso ser melhor. E cada temporada é diferente. Nunca é o mesmo carro, algumas pessoas mudam, sempre há algo novo."
Nenhuma palavra sobre renovação de contrato, tema palpitante neste momento...
Russell, que completa 25 anos nesta quarta, chamou o carro de "presente de aniversário" e mostrando a seriedade de sempre disse que ninguém na equipe quer repetir 2022.
No olhômetro, o carro também se diferencia do antecessor pelas entradas de ar laterais, mais amplas. Mas o time não abandonou completamente o conceito "zeropod". Nas internas, o novo desenho está sendo chamado de "0,5 pod". O bico também é mais estreito.
Nasceu hoje o carro que vai combater Red Bull e Ferrari?
Pelo jeito, ninguém sabe, nem mesmo o pessoal da Mercedes. Teremos que esperar os testes da semana que vem, no Bahrein, para começar a responder.
Mas o grid de 2023 estará mais bonito, com certeza.
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