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Mercedes se apega a duas esperanças para aplacar ira de Hamilton em Jeddah
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A Mercedes não espera "milagres" na Arábia Saudita, e a expressão foi usada pelo próprio Wolff. O novo pacote aerodinâmico ainda vai demorar para estrear: só em Imola, sexta etapa do campeonato, em maio. Mas o time se apega a duas esperanças para o GP do fim de semana.
O consumo de pneus no circuito de Jeddah é completamente diferente do que historicamente ocorre no Bahrein. O que, claro, tem total influência no comportamento dos carros.
Inaugurada em 2004, a pista que abriu o campeonato nunca foi recapeada. O asfalto é mais abrasivo a cada ano. Isso, somado às características das curvas do circuito, com suas fortes freadas e reacelerações, torna o Bahrein um dos lugares que mais castigam os pneus traseiros.
Jeddah é o oposto. A pista estreou há menos de dois anos, com um dos pisos mais lisos do calendário. Embora tenha duas fortes freadas, é um circuito veloz, de ritmo mais constante.
Nos dois GPs por lá, todos os carros sofreram desgastes maiores nos pneus dianteiros. É uma condição parecida com as que ocorrem em Spa, Silverstone e Suzuka. E é um cenário que normalmente agrada a Mercedes.
"Faz tempo que não sonho com milagres. Mas Sakhir é uma pista muito abrasiva, que limita o uso dos pneus traseiros, e este talvez seja o ponto mais fraco do nosso carro", disse Wolff.
"Se olharmos sob esta perspectiva, talvez as coisas sejam melhores agora. Nosso ritmo certamente é muito melhor quando o desgaste acontece nos pneus dianteiros", completou o chefe da Mercedes.
Embora o grande pacote de mudanças só estreie em Imola, a Mercedes começará desde já a implantar algumas alterações no carro. Em Jeddah, o time testará um novo assoalho.
É sua segunda esperança.
Será inevitável... Todo mundo nos boxes da equipe _e nos rivais e no paddock e nas TVs e no apps mundo afora_ estará de olho nas reações de Hamilton ao fim dos treinos de sexta.
Se o carro mostrar alguma melhora, se o heptacampeão fizer algum mínimo elogio ao trabalho do time, o planeta voltará ao seu eixo normal. Mas caso não funcione, se ele voltar a criticar a Mercedes, a crise interna que começa a se desenhar ganhará um novo capítulo. E a imprensa inglesa vai se refastelar.
Desde a semana passada, quando Hamilton reclamou de não ter sido ouvido pela equipe na construção do novo carro, este tem sido o grande assuntos nos debates de F1 no Reino Unido.
Até de Ferrari já falaram.
Por mais fascinante que seja imaginar Hamilton de macacão vermelho, não me parece ser um cenário viável. O inglês não sairia de uma bomba para sentar em outra.
Desenvolver um time e implantar uma nova filosofia de trabalho leva tempo.
Hamilton toparia uma empreitada como essa aos 37 anos, heptacampeão mundial e cheio de interesses fora das pistas?
Duvido.
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