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Fábio Seixas

REPORTAGEM

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Newey fica na Red Bull, mas mercado de engenheiros da F1 vive efervescência

Adrian Newey nos boxes da Red Bull em Jeddah, no mês passado  - Mark Thompson/Getty Images
Adrian Newey nos boxes da Red Bull em Jeddah, no mês passado Imagem: Mark Thompson/Getty Images

Colunista do UOL

14/04/2023 07h27

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Christian Horner jogou um balde d'água fria nas equipes adversárias nesta semana.

O chefe da Red Bull decidiu encerrar os rumores mais quentes da "silly season técnica", um movimento forte neste início de temporada e que só deve ficar mais intenso.

Não, Adrian Newey não vai para lugar nenhum.

"O coração dele ainda está na Fórmula 1 e o compromisso dele com a gente não é algo... Não falamos sobre contratos ou duração de contratos, mas ele continuará por aqui por muitos anos", disse o dirigente para a Sky Sports.

Horner continuou: "Esses rumores sempre vão circular pelo paddock, a Fórmula 1 sempre foi assim. Ele é uma peça importante e popular da nossa equipe. É ótimo tê-lo aqui por um longo prazo e é ótimo vê-lo atuando também em alguns novos projetos nos quais estamos nos envolvendo".

Além de atuar no dia a dia da equipe, Newey está envolvido em dois projetos da marca de energéticos. O primeiro é um hipercarro exclusivíssimo —serão produzidas apenas 50 unidades. O segundo é o design de um barco para a America's Cup —vela é outra de suas paixões.

Newey é o projetista com mais títulos na história da F-1: 11. Carros com sua assinatura conquistaram campeonatos pela Williams (1992, 93, 96 e 97), pela McLaren (98 e 99) e pela Red Bull (2010, 11, 12, 13 e 22). E se alguém tinha alguma dúvida sobre sua motivação, a resposta é o RB19, o carro desta temporada, um dos mais espetaculares modelos de F1 já produzidos.

Era natural, portanto, que fosse o protagonista desse movimento que está ganhando corpo nas últimas semanas, um intenso zunzunzum sobre engenheiros indo de um time para outro.

Vai além da boataria, aliás. Alguns negócios já se concretizaram.

A McLaren foi responsável por boa parte da agitação, ao promover uma reformulação do seu corpo técnico já com a temporada em andamento.

No mês passado, após zerar nos dois primeiros GPs, a equipe inglesa demitiu James Key, seu diretor técnico, e empossou um triunvirato para responder a Andrea Stella: David Sanchez, que saiu da Ferrari e só poderá assumir em 2024, Peter Prodromou e Neil Houldey.

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Frédéric Vasseur (à dir.), chefe da Ferrari, com Laurent Mekies, diretor de corridas, no fim de semana do Bahrein
Imagem: Ferrari

A saída de Sanchez levantou suspeitas de clima ruim na Ferrari após a chegada de Fred Vasseur, na virada do ano. O francês é conhecido pelo estilo linha dura de trabalho, bem diferente do antecessor, Mattia Binotto, o clássico amigão da galera.

A "Auto Motor und Sport", da Alemanha, publicou que Laurent Mekies, diretor de corridas, recebeu três ofertas: da Alpine, da FIA e da Liberty Media. Vasseur negou a saída do engenheiro, disse que ele será "um dos pilares do futuro da Ferrari". Ficou parecendo discurso de dirigente de futebol garantindo que o técnico está "prestigiado". Sabemos onde vai dar.

O mercado também espera novidades pelos lados da Sauber. A Audi, que assumirá a estrutura do time suíço em 2026, já começou a se mexer. No fim do ano passado, tirou Andreas Seidl da McLaren e, em breve, deve passar a reforçar seu corpo técnico. O apetite da montadora alemã parece grande.

Taí um ponto fundamental nessa discussão: 2026. É o ano em que estreará um novo regulamento técnico, com mudanças radicais principalmente nos motores.

A Aston Martin deste ano é um belo exemplo de como é importante se planejar para mudanças _e oportunidades_ assim.

A efervescência do mercado está só começando...