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Fábio Seixas

REPORTAGEM

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F1 entra em semana de GP sem saber qual será o formato da corrida sprint

George Russell, da Mercedes, próximos aos muros de Baku, no GP de 2022 - Wolfgang Wilhelm/Mercedes
George Russell, da Mercedes, próximos aos muros de Baku, no GP de 2022 Imagem: Wolfgang Wilhelm/Mercedes

Colunista do UOL

24/04/2023 08h24

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Finalmente tem F1 no fim de semana. Só não sabemos como vai ser.

A FIA ainda não definiu o formato da corrida sprint para o GP do Azerbaijão, quarta etapa do campeonato, que encerrará um período de quatro semanas sem carros nas pistas.

Todo esse período não foi suficiente para uma tomada de decisão. Ficou pra última hora. A Comissão de F1 da entidade só vai bater o martelo, em votação online, nos próximos dias.

Numa F1 que aprimorou tanto a comunicação com os fãs nos últimos anos, o silêncio em torno desse tema é estranho. Soubemos da proposta da Liberty em Melbourne, soubemos do desejo de mudança já para Baku e ficou nisso. Agora, só descobrimos que há algo acontecendo nos bastidores por causa de uma declaração de Vowles, chefe da Williams.

"Vai ser um fim de semana de corrida sprint, possivelmente com mudança no formato, e estamos trabalhando agora para entender como devemos reestruturar nossa programação e quais serão as implicações para cada área", disse, num vídeo divulgado pela equipe.

"Com as regras mudando ou não, uma corrida sprint naquela pista apertada, com aquele trecho sinuoso do castelo, causará algum caos", completou o ex-engenheiro da Mercedes.

Será a primeira vez que uma minicorrida será realizada num circuito de rua, decisão rotulada de "ridícula" por Horner. "Do ponto de vista do teto orçamentário, você pode destruir seu carro e isso custa muito dinheiro. Uma corrida é suficiente por lá", disse o chefe da Red Bull.

Mas há, agora, um componente extra de preocupação: a indefinição sobre o formato da classificação para o GP.

Em Melbourne, a Liberty lançou uma ideia que, na prática, transforma a corrida sprint num evento independente no fim de semana.

Pelo plano apresentado por Domenicali aos chefes de equipe, a sexta-feira terá um treino livre e uma sessão de classificação normal para o GP de domingo _dividida em três blocos, Q1, Q2 e Q3. O sábado será todo dedicado à corrida sprint: sessão de classificação e corrida em formatos compactos. Nada do que acontecer no sábado terá impacto no grid de domingo.

O objetivo é deixar os pilotos mais soltos para arriscar no sábado, uma vez que o grid de domingo já estará definido. O que preocupa os chefes de equipe para este fim de semana é justamente a combinação dessa "licença para errar" com os muros que circundam Baku.

"Estou nervoso com Baku. Não teremos muito tempo para consertar os carros se houver algum dano mais profundo. Logo após a sprint, os carros serão cobertos e só podemos trabalhar neles por três ou quatro horas no domingo de manhã. O risco é muito alto", declarou Krack, o chefe da Aston Martin, atualmente a vice-líder do Mundial de Construtores.

Por via das dúvidas, algumas equipes, como a Alpine, passaram as últimas semanas ampliando o estoque de peças de reposição.

Por princípio, não gosto de mudanças de regras no meio de um campeonato. E, por si só, corrida sprint em Baku já é um alto risco.

Aumentar esse risco parece temerário, um convite a acidentes em série.

Mas já sabemos que a filosofia da Liberty é outra. Aliás, talvez seja exatamente isso que os americanos querem, uma F1 cada vez mais parecida com a Nascar, com o "entretenimento" em primeiro lugar.