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F1 fará teste em Ímola para tentar tornar corridas menos previsíveis
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Preocupadas com a qualidade das corridas nesta temporada, FIA e Liberty agiram. A sexta etapa da temporada, em Ímola, será laboratório de testes para uma mudança na regra.
O foco, desta vez, está nos pneus. A ideia é, de forma indireta, forçar mais pit stops durante as provas e aumentar a imprevisibilidade da competição.
Em Ímola, cada piloto terá à disposição 11 jogos de pneus para o fim de semana: quatro macios, quatro médios e três duros. Normalmente são 13: oito, três e dois, respectivamente.
A "desculpa" para o experimento é a sustentabilidade: reduzir o desperdício de borracha. Sei...
A mudança vem acompanhada de uma determinação. Na sessão classificatória, no sábado, os pilotos obrigatoriamente terão de usar pneus duros no Q1, médios no Q2 e macios no Q3.
Aí é que está o busílis.
O que vem acontecendo até agora na temporada é os pilotos queimarem seus pneus macios no sábado, quando precisam buscar tempo, e guardarem as opções mais duras para a corrida, geralmente pensando em estratégias mais conservadoras, de apenas um pit stop.
FIA e Liberty, com apoio da Pirelli, vão tentar mudar isso. Querem tirar os estrategistas da zona de conforto. Por isso, a empresa italiana resolveu também mexer na alocação dos compostos: a gama de pneus para este ano será um nível mais macia do que a do ano passado.
"A alocação original era C2, C3 e C4. Agora, será C3, C4 e C5. Mesmo que isso aumente o número de pit stops na corrida, todos os pilotos terão pneus suficientes", disse Mario Isola, que comanda a operação da Pirelli na F1.
O teste é interessante. Sugere um novo quebra-cabeça para os estrategistas. E, no caso específico deste fim de semana, criará um dilema para engenheiros e pilotos.
Numa primeira análise, daria para imaginar uma sexta-feira modorrenta, com pilotos pouco saindo à pista, poupando pneus médios e duros para o domingo. Mas muitas equipes, se não todas, levarão novidades mecânicas e aerodinâmicas para o circuito italiano.
Diante do atual cenário de teto orçamentário, com limitação ao uso dos túneis de vento, os pilotos não terão outra saída a não ser testá-las na pista. Gastando pneus.
O formato deve ser testado em pelo menos mais uma corrida nesta temporada, provavelmente o GP da Hungria, em julho.
"Se a ideia der certo, vamos adotá-la. Se não der, voltaremos à receita normal", disse Isola, que elogiou a decisão de FIA e Liberty de testar. "É a coisa certa a se fazer. Infelizmente, mesmo que você tente prever todos os detalhes, sempre surgirá algo inesperado."
Sim, vale a tentativa.
Como dizia o sábio avô Seixas, toda mudança embute um enorme risco.
O enorme risco de dar certo.
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