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Fábio Seixas

REPORTAGEM

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F1 cancela corrida de Ímola, afetada por fortes chuvas e alagamentos

O rio Santerno, prestes a transbordar, ao lado do paddock do circuito de Ímola - Reprodução/Twitter
O rio Santerno, prestes a transbordar, ao lado do paddock do circuito de Ímola Imagem: Reprodução/Twitter

Colunista do UOL

17/05/2023 07h39

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A F1 cancelou a corrida de Ímola, no fim de semana.

A região da Emília-Romagna, no norte da Itália, vem sendo castigada por fortes chuvas nos últimos dias. Rios transbordaram, e cidades no entorno do circuito estão alagadas. O governo emitiu alerta vermelho de segurança, o mais grave para situações assim.

Em nota emitida nesta quarta-feira, a F1 anunciou o cancelamento da prova.

"A decisão foi tomada porque não poderíamos garantir a segurança dos torcedores, equipes e de todo o pessoal envolvido na segurança do evento. Não seria certo colocar mais pressão nas autoridades e forças de segurança locais neste momento", informou a categoria.

No fim da tarde de terça-feira, o circuito precisou ser evacuado. Várias de suas instalações estão alagadas, embora o paddock tenha escapado -até agora. As equipes já haviam orientado seus funcionários que ainda não viajaram para Ímola a ficar em casa até segunda ordem.

O rio Santerno, que margeia a pista, está em seu nível máximo. Assim, o autódromo Enzo e Dino Ferrari já permaneceria fechado, o que afetaria profundamente a rotina dos times. Normalmente, as quartas-feiras são dias intensos de trabalho na montagem dos boxes.

A meteorologia prevê que as chuvas vão perder intensidade nos próximos dias, mas que continuarão até a próxima semana.

Antes mesmo do anúncio da decisão da FIA e da Liberty Media, as equipes foram às redes, demonstrando preocupação com a situação.

"Nossos pensamentos e nossa solidariedade estão com a população da Emília-Romagna e Marche [regiões afetadas], que lidam com a destruição provocada pelas chuvas e enchentes", escreveu a Ferrari.

A AlphaTauri, cuja sede fica em Faenza, a 15 quilômetros do circuito, também debaixo d'água, lançou uma campanha para doação de recursos. "Infelizmente, nossa cidade mais uma vez está sofrendo com tempestades e alagamentos. Se alguém quiser ajudar as pessoas afetadas, siga as instruções abaixo", pediu a escuderia.

A Alfa Romeo replicou a mensagem, reforçando que a Fórmula 1 é "mais do que uma comunidade, é uma família".

O GP não deve ser realizado em outra data. Em nenhum momento o comunicado fala em "adiamento". Encontrar uma nova data num calendário tao inchado, sabemos, nao seria tarefa fácil.

Assim, um Mundial planejado para ter 24 GPs terá 22 _o GP da China já havia sido cancelado, por preocupações com o Covid.

Solidariedade, convenhamos, nunca foi o forte da F1.

A categoria correu na mesma Itália quatro dias após o 11 de Setembro, quando o mundo ainda estava em choque. E, na mesma Ímola, continuou a correr em 1994 mesmo com uma morte na pista -se ampliarmos para outros circuitos, há dezenas de exemplos assim.

Mas pesou muito a pressão política local. Matteo Salvini, vice-primeiro-ministro da Itália, pediu para que a corrida não acontecesse, afirmando que as prioridades das autoridades e forças de segurança devem ser o socorro às vítimas e o reestabelecimento das áreas afetadas.