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A F1 não está à venda, diz chefe da Liberty. (Será?)
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A Fórmula 1 não está à venda.
Será?
CEO da Liberty Media, que detém os direitos comerciais da categoria, o americano Greg Maffei finalmente falou sobre uma história que se arrasta desde o início do ano.
"Sabem qual é a chance de vendermos essa coisa e nos sujeitarmos a impostos? Isso já não deveria encerrar qualquer discussão sobre nossos amigos sauditas comprarem o negócio na semana que vem? Se alguém nos conhece, sabe que não vamos jogar com essa carta", disse o executivo na sexta-feira, num evento de mídia e tecnologia em Nova York.
Ele completou o discurso classificando o assunto de "mera especulação".
Não é o estilo da Bloomberg, uma agência de notícias séria, com mais de 30 anos de atuação, respeitadíssima no mercado. Foi a Bloomberg que, em janeiro, noticiou a oferta dos sauditas.
Segundo a reportagem, o fundo soberano da Arábia Saudita tentou comprar a F1 no fim do ano passado por US$ 20 bilhões, mas a Liberty rejeitou a oferta. À época, a agência informou que os sauditas seguiam interessados no negócio e que provavelmente voltariam à carga.
O episódio causou uma saia justa entre a Liberty e o presidente da FIA, Mohammed ben Sulayem. O emirático foi às redes sociais criticar a negociação, sugerindo que o valor noticiado pela agência era alto demais. "Uma etiqueta de preço inflada", escreveu no Twitter.
Os americanos, claro, não gostaram de ver seu produto sendo tratado assim.
Em 2017, a Liberty Media pagou US$ 4,4 bilhões pela F1, então uma categoria estagnada, com uma base de fãs envelhecida, sem grandes atrativos para o público jovem.
De lá pra cá, promoveu uma revolução.
A última pesquisa global com fãs do esporte, divulgada pela Nielsen no início do ano passado, mostra crescimento constante de 20% ao ano em dez países-chaves, entre eles o Brasil. A faixa entre 16 e 35 anos foi responsável por 77% desse crescimento. Em 2022, essa turma compunha 46% da comunidade de torcedores da F-1 _eram 40% apenas um ano antes.
Grande parte dessa mudança veio por meio de uma especialidade da casa: conteúdo. "Drive To Survive" conquistou jovens empolgados e resgatou velhos torcedores que estavam desanimados. A série escancarou as portas dos EUA, uma antiga obsessão da F1. Nesta temporada, haverá três corridas no país, incluindo a estreia de Las Vegas, que a Liberty quer promover como o "SuperBowl" do automobilismo.
Estudo da própria Bloomberg estima o atual valor da F1 em US$ 15,2 bilhões.
É natural que crescimento tão exuberante chame a atenção de quem quer se mostrar para o mundo, como os sauditas.
Ao dizer que o negócio não está à venda, Maffei pode estar apenas jogando duro. Ele sabe que, do lado de lá, dinheiro não é exatamente um problema.
Essa história ainda vai longe...
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