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Fábio Seixas

REPORTAGEM

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Ferrari vai jogar pesado para ter Hamilton em 2024, diz imprensa inglesa

Lewis Hamilton no desfile dos pilotos antes do GP de Miami - Jiri Krenek/Mercedes
Lewis Hamilton no desfile dos pilotos antes do GP de Miami Imagem: Jiri Krenek/Mercedes

Colunista do UOL

22/05/2023 08h21

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Agora, aparentemente, é pra valer: a Ferrari estaria pronta para fazer uma proposta para Hamilton e tentar o mais espetacular movimento do mercado da F1 nos últimos anos.

Nesta segunda-feira, a imprensa inglesa em massa reporta que a escuderia italiana já definiu até o salário para oferecer ao heptacampeão: 40 milhões de libras por temporada, o equivalente a 46 milhões de euros ou R$ 249 milhões.

A oferta significaria um aumento de 42% em relação ao que o inglês ganha hoje. Haveria, ainda, pagamentos de bônus por conquistas ao longo do Mundial. Isso meio que empataria a oferta feita pela Mercedes para sua permanência: 70 milhões de euros, sem bônus, segundo noticiou o site francês "Sportune", especializado em negócios do esporte.

O principal atrativo oferecido pela Ferrari, no entanto, seria outro: a chance de conquistar o oitavo título mundial, tornando-se o maior campeão de todos os tempos. É uma missão árdua de argumentação, convencimento, persuasão. E que, por isso tudo, estaria sendo conduzida por ninguém menos do que John Elkann, presidente do grupo Stellantis e da Ferrari.

A informação foi publicada inicialmente pelo "Daily Mail" e nesta segunda-feira é replicada por outros jornais importantes como o "Independent" e o "Mirror". Sites especializados como "RacingNews365", "InsideRacing" e "PlanetF1" também noticiam a tentativa ferrarista.

Segundo a reportagem, que menciona fontes na Inglaterra e na Itália, Elkann está em "contato próximo" com Hamilton e com seu estafe.

A escuderia ainda teria uma lição de casa a fazer: criar uma vaga para o inglês. Seus atuais pilotos, Leclerc e Sainz, têm contratos até o fim de 2024.

O plano A seria liberar Sainz para a Sauber ao fim deste ano. O espanhol está nos planos da Audi, que pouco a pouco toma conta do time suíço, preparando sua estreia oficial em 2026.

A segunda opção significaria uma troca. Leclerc iria para a Mercedes. Wolff se preocupa com a vida pós-Hamilton e já demonstrou interesse no monegasco.

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Lewis Hamilton e George Russell, dupla da Mercedes, em entrevista antes do GP de Miami
Imagem: Sulay Kelly/Mercedes

A tentativa ferrarista pode não dar certo, claro. Mas alguns fatores indicam que pode ser real. Como a fonte da notícia. E como a demora de Hamilton em definir seu futuro.

O atual contrato de Hamilton com a Mercedes, que vence em dezembro, foi assinado em 2021. A negociação foi demorada, uma novela cheia de suspense e cutucadas de lado a lado.

Desta vez, os sinais indicavam uma renovação mais tranquila. Na virada do ano, tanto o piloto como a equipe declaravam que não haveria obstáculos para uma renovação. Wolff disse várias vezes que a "fumaça branca" deveria surgir no inverno europeu, antes do início da temporada.

Estamos em maio, e nenhuma fumaça foi vista até agora.

"Por que adiar tanto? Ele sabe o quanto é perturbador ter de ficar respondendo o tempo todo sobre contrato... Só pode ser porque ele está avaliando o quão competitivo será nesta temporada", opinou Button, campeão mundial em 2009 e companheiro de Hamilton na McLaren por três temporadas.

Perdida desde a estreia do novo Regulamento Técnico, no começo do ano passado, a Mercedes sofre para encontrar o caminho para um carro equilibrado e veloz.

No ano passado, Hamilton foi apenas o sexto colocado no Mundial. Hoje ocupa a quarta colocação.

Mais: está sem vencer há 28 GPs, seu maior jejum na categoria.

É muito pouco para quem se acostumou a andar sempre na frente, a acumular conquistas, a destruir recordes.

A Ferrari pode ainda não ser uma Red Bull, mas está mais perto disso do que a Mercedes. E há toda a mística de Maranello... O inglês já declarou ser fã da marca e ter acalentado esse sonho no passado.

Já disse também, é verdade, que a Mercedes é sua casa, sua família, e que vai encerrar a carreira por lá.

Encerrar por baixo? Não parece fazer seu gênero. A ambição de conquistar mais títulos pode falar mais alto que o amor. (Ou ele não saiu da McLaren pelo mesmo motivo em 2012?)

Seria o movimento mais chocante na F1 desde que Schumacher trocou a Benetton pela Ferrari em 1996. A mesma Ferrari que tirou Prost da McLaren e Mansell da Williams.

A escuderia já jogou pesado, sonhando com uma volta aos bons tempos.

Por que não poderia fazer isso agora?

O paddock de Mônaco, nesta semana, vai ferver...