Verstappen se irrita, é pole e entra para top 10 de primeiras filas na F1

Verstappen começou a classificação em Barcelona irritado. Bloqueado por Gasly, foi apenas o nono colocado no Q1, ponto fora da curva numa temporada tão dominante.

Xingou, fechou a cara, ficou bravo. Mas não se abateu. Respirou fundo, pisou mais fundo ainda, dominou os outros dois blocos da sessão, cravou mais uma pole na carreira.

É sua 24ª pole na F1, a quarta no ano, a primeira na Espanha. Um resultado com sabor especial: será a 47ª vez que Verstappen largará na primeira fila do grid, igualando Damon Hill e entrando para o top 10 da história da categoria.

À frente dele, apenas gênios como Hamilton, Schumacher, Senna, Vettel, Fangio, Clark...

Pouco a pouco, Verstappen vai entrando para essa turma.

Sainz larga em segundo. A segunda fila do GP da Espanha terá Norris e, provavelmente, Hamilton _Gasly fez o quarto tempo mas deve ser punido pelo bloqueio no holandês.

A classificação começou com asfalto úmido e todo mundo olhando para as nuvens no céu.

O terceiro treino livre foi praticamente inútil. Com pista molhada e uma longa bandeira vermelha provocada por Sargeant, os pilotos pouco andaram e o resultado foi aquele de sempre: Verstappen na frente. Pérez foi o segundo.

Sinal verde na saída do pit lane e todos foram para o Q1 com pneus macios. "Acho que tem chuva vindo por aí", disse Russell, o primeiro a registrar tempo.

A ação durou pouco tempo. A pista estava traiçoeira. Em poucos minutos, Tsunoda, Bottas, Alonso, De Vries e Albon escaparam do traçado e tiveram passeios pela brita. A direção de prova decidiu acionar bandeira vermelha para limpar o circuito, um claro exagero.

Caia uma chuva fina quando a sessão foi reiniciada, mas todos mantiveram os macios.

Teve mais susto. De Vries rodou de novo, foi pra brita, conseguiu voltar, fez um belo tempo e avançou para o Q2 _pouco a pouco, o holandês começa a pegar a mão do carro da AlphaTauri.

E teve surpresas. Num final alucinante, Hamilton fez o melhor tempo e Leclerc foi cortado.

O tempo do inglês, 1min12s937, 0s358 melhor do que Norris, segundo colocado. Russell foi o terceiro, seguido por Sainz e Hulkenberg.

Atrapalhado por Gasly, Verstappen fechou o Q1 apenas em nono, irritadíssimo. Pérez passou em 15º, na última vaga.

Foram eliminados Bottas, Magnussen, Albon, Leclerc e Sargeant.

"Logo senti que havia algo errado. O primeiro jogo de pneus não rendeu, o segundo foi a mesma coisa, com a traseira escapando muito. Vamos ter que checar, mas ficarei surpreso se não acharem algo errado no carro", disse o monegasco à Mariana Becker.

Foi sua primeira eliminação no Q1 desde o GP de Mônaco de 2019.

A garoa parou, a pista secou, mas o Q2 também foi agitado.

Pérez foi o Leclerc da vez. Escapou da pista na penúltima tentativa de volta rápida, emporcalhou os pneus e ficou apenas em 11º. É o segundo vexame seguido do mexicano numa sessão classificatório.

Russell também foi cortado após enfrentar um incidente bizarro com Hamilton: os dois se tocaram em plena reta.

Além dos dois, dançaram Zhou, De Vries e Tsunoda.

O mais rápido foi Verstappen, com 1min12s760, 0s016 melhor do que Norris, novamente em segundo. Sainz, Hamilton, Ocon, Piastri, Stroll, Alonso, Gasly e Hulkenberg.

Veio então o Q3, a hora da verdade.

Verstappen logo fez o melhor tempo do fim de semana, 1min12s272, um furacão. Hamilton fez o segundo tempo, mas a 0s924 do rival.

Todos então foram aos boxes, colocaram pneus novos, retornaram à pista.

Sainz pulou para segundo, a 0s462 do holandês. Alonso saiu decepcionado, apenas em nono.

"Foi difícil no começo, mas o carro estava muito bom. Gosto de vir pra cá, tenho ótimas memórias aqui", disse Verstappen, com o sorriso de quem sabe que está colocando os pés no olimpo do esporte.