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Fábio Seixas

REPORTAGEM

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Verstappen emplaca GP perfeito na Espanha e fica a uma vitória de Senna

Max Verstappen comemora sua 40ª vitória na F1, em Barcelona -  Mark Thompson/Getty Images
Max Verstappen comemora sua 40ª vitória na F1, em Barcelona Imagem: Mark Thompson/Getty Images

Colunista do UOL

04/06/2023 11h31

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Pole position. Liderança em todas as voltas. Melhor volta. Vitória. E a iminência de uma marca emblemática, histórica. Uma chancela de grandiosidade.

Num domingo perfeito, Verstappen dominou o GP da Espanha e ficou a uma vitória de igualar Senna. Aos 25 anos e na sua 170ª corrida, conquistou seu 40º triunfo na categoria.

O brasileiro venceu 41 vezes em 161 GPs. É, ainda hoje, o quinto maior vencedor da história. O empate pode vir daqui a duas semanas, no Canadá.

Foi a quinta vitória de Verstappen em sete etapas na temporada, a terceira seguida, a terceira na pista de Barcelona. Foi, também, seu terceiro Grand Chelem na F1, seu terceiro fim de semana impecável. Apenas dez pilotos na história conseguiram tanto.

A Red Bull manteve seu desempenho 100% no ano _as duas outras vitórias foram de Pérez. A cada GP, crescem as chances de uma supremacia inédita na história do esporte.

Hamilton foi o segundo, com Russell em terceiro. Sim, a Mercedes finalmente encontrou um caminho, já vê a luz no fim do túnel.

Com o resultado, Verstappen foi a 170 pontos no Mundial. Atrás dele está Pérez, com 117.

"Foi um prazer pilotar esse carro hoje. Eu tinha um pneu mais duro na largada, sabia que seria um pouco mais difícil naquele começo, mas consegui manter a primeira posição. Espero que consigamos manter esse ritmo até o fim da temporada", disse o vencedor.

Hamilton era só satisfação: "Eu não esperava esse resultado aqui. Toda nossa equipe está de parabéns. A Red Bull continua na nossa frente, mas vamos seguir trabalhando, um passo de cada vez".

A corrida começou com céu nublado, ameaça de chuva, todo mundo olhando pro alto, temperatura ambiente de 23°C, com 33°C no asfalto.

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Largada do GP da Espanha, com Max Verstappen na ponta após sair da pole position
Imagem: Mark Thompson/Getty Images

Verstappen foi o único piloto da ponta a largar com pneus médios, mais um sinal da sua autoconfiança. Os nove pilotos atrás dele estavam com macios, mais aderentes e mais velozes.

Deu certo. O holandês pisou forte na largada e, apesar dos ataques de Sainz, contornou a primeira curva na frente. Norris tocou Hamilton e se deu mal: precisou passar nos boxes para trocar a asa dianteira. Logo depois, Stroll partiu para cima e superou o heptacampeão.

O top 10 ao fim da primeira volta tinha Verstappen, Sainz, Stroll, Hamilton, Ocon, Alonso, Russell, Hulkenberg, Zhou e Pérez. Leclerc, que largou do pit lane por trocar toda a parte traseira do chassi e outros componentes do carro, cruzou na última posição.

Na quinta volta, Verstappen já tinha 2s3 para Sainz, que abria 1s4 para Stroll.

Na oitava, Hamilton deu o trocou pra cima do canadense, no fim da reta, e retomou a posição com uma bela ultrapassagem. Mais atrás, Russell, Pérez e Leclerc, que sofreram no sábado, faziam corridas de recuperação. Na décima volta, o inglês já era o sexto colocado, o mexicano estava em oitavo e o monegasco vinha em 13º.

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O inglês Lewis Hamilton, da Mercedes, em ação durante o GP da Espanha, em Barcelona
Imagem: Mercedes

Foi quando Zhou abriu o trabalho nos boxes, um indicativo de que o consumo dos pneus estava alto, algo previso pelas equipes desde sexta-feira.

Lá na ponta, o primeiro a parar foi Ocon, na 14ª volta. Tirou macios e pôs médios. Stroll parou na seguinte e colocou duros. Na 16ª, foi a vez de Sainz seguir a mesma receita do francês.

A Mercedes estava feliz com os macios da largada. Seus dois pilotos elogiavam o ritmo dos pneus, o que é mais um indício positivo para a nova versão do W14. "Acho que dá para fazer só uma parada", dizia Russell, animado, pelo rádio.

Paradoxalmente, Alonso vivia um dia mais difícil do que o normal. Fez seu primeiro pit na 20ª e colocou um novo jogo de macios, indicando que pararia novamente.

Hamilton entrou na 25ª, colocou os médios e voltou atrás de Sainz. Russell fez o mesmo na volta seguinte. Verstappen entrou na 27ª, pôs um jogo de duros e retornou na ponta tentando não parar mais _não daria. Só faltava o pit de Pérez, que veio na 28ª, também para borracha dura.

"Está chovendo na curva 55", alertou Russell pelo rádio. Logo depois ele voltou com uma nova teoria: "Acho que sou eu que estou transpirando dentro do capacete".

Logo à sua frente, Hamilton conseguiu passar Sainz, assumindo a segunda posição.

Ao fim da primeira janela de pits, o top 10 tinha Verstappen, Hamilton, Sainz, Russell, Stroll, Ocon, Tsunoda, Alonso, Pérez e Zhou.

Stroll abriu a segunda janela de pits na 35ª volta. No mesmo instante, Russell também passou Sainz e pulou para a terceira posição.

Ainda há um longo caminho a percorrer, mas está claro que a Mercedes evoluiu. A Aston Martin que se cuide. A Ferrari já ficou pra trás...

Verstappen? Continuava em voo de cruzeiro. Na 40ª volta, tinha incríveis 15s6 sobre Hamilton.

Sainz e Leclerc entraram na 42ª e colocaram pneus duros. Alonso entrou na 46ª, também para duros. Russell tomou o caminho oposto: entrou na volta seguinte e colocou macios.

Faltando 15 voltas pro fim, a Mercedes chamou Hamilton para macios. A Red Bull fez o mesmo para Pérez. "Esses pneus duros não têm mais aderência, estou escorrendo em todos os lugares", chiou Verstappen pelo rádio.

Ele entrou na 53ª e também colocou macios. E queria mais. Perguntou a seu engenheiro sobre a melhor volta. Àquela altura, era de Pérez. Acelerou forte e consagrou seu Grand Chelem.

Com todos em estratégias iguais no fim da prova, não houve alterações na ponta do GP. O top 10 terminou com Verstappen, Hamilton, Russell, Pérez, Sainz, Stroll, Alonso, Ocon, Zhou e Gasly.

Verstappen cruzou a linha de chegada com mais de 24 segundos sobre o heptacampeão.

Seu próximo alvo é outra lenda do esporte.

Miniaturas de carros de F1 para quem é fã

Ferrari SF 1000 - Charles Leclerc

Mercedes AMG W10 - Lewis Hamilton

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