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Fábio Seixas

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

À véspera da festa de 100 anos, Le Mans ganha obra primorosa no Brasil

Capa de "Le Mans e Suas História", do jornalista Rodrigo Mattar - Divulgação
Capa de "Le Mans e Suas História", do jornalista Rodrigo Mattar Imagem: Divulgação

Colunista do UOL

08/06/2023 10h17

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Não tem F1 mas tem Le Mans neste fim de semana.

A mãe de todas as provas de Endurance, um dos mais importantes eventos do automobilismo mundial, está em festa. Celebra 100 anos neste 2023.

Que tal, então, um belo causo sobre a relação de Le Mans com a F1 para tornar esse feriado ainda melhor?

"(...) E aí reside uma das maiores lendas da história de Le Mans: a que Louis Rosier teria completado 254 voltas sozinho - e as outras duas, pelo filho Jean-Louis, para cumprir o mínimo de giros pré-estabelecido pelo regulamento da época.

Há quem diga que é verdade _que Louis, ao ceder o volante ao filho, sentou-se, comeu prosaicamente algumas bananas, reassumiu o carro e pisou fundo rumo ao triunfo_ inclusive com a melhor volta da corrida, pela primeira vez a uma média superior a 160 km/h. Outras fontes asseguram que o locutor de arena do circuito, por conta da quase coincidência de nomes entre pai e filho, teria causado toda a confusão _e que entrou para a história. Afinal, uma corrida como essa precisa de grandes feitos e este seria um deles.

Mas Jean-Louis, em depoimento, assegura que conduziu igualmente o carro vencedor com o número 5 em dupla com o pai e não apenas por dois giros. Fato é que os franceses voltaram ao pódio, com Louis Rosier controlando a corrida a seu bel-prazer mesmo perdendo uma bela vantagem de sete voltas para o outro Talbot-Lago.

Assim a lendária corrida de Resistência teria o primeiro piloto de F1 vencedor em La Sarthe.

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Louis Rosier, que disputou 38 GPs na F1, a caminho da vitória na corrida de Le Mans de 1950
Imagem: Reprodução

Até 2022, apenas cinco campeões do mundo _Mike Hawthorn, Phil Hill, Jochen Rindt, Graham Hill e Fernando Alonso_ triunfaram na corrida, afora mais 12 vencedores de GPs e outros 48 nomes que não alcançaram vitórias nos monopostos e estiveram em pelo menos uma ocasião no grid, mas que foram ao topo do pódio em La Sarthe.

Trocando em miúdos, sessenta e cinco pilotos da categoria máxima conheceram a glória da vitória em Le Mans pelo menos uma vez à geral _excluindo para efeito estatístico os que triunfaram em subclasses.

Quase 320 pilotos que atuaram na Fórmula 1 como titulares ou reservas, tentaram. Poucos conseguiram e conseguirão o feito nesse clássico do automobilismo, sendo oriundos dos monopostos do principal campeonato do esporte a motor no planeta."

Os parágrafos acima, sobre a prova de 1950, estão em "Le Mans e Suas Histórias", do craque Rodrigo Mattar, o jornalista brasileiro que mais conhece os meandros de La Sarthe e de sua corrida, autor do blog "A Mil Por Hora".

O livro acaba de sair do forno e está em pré-venda. É uma viagem fascinante por Le Mans, suas glórias, tragédias e suas lendas que deliciosamente se confundem com fatos, como no caso (ou causo) acima. A capa é lindíssima e tem a assinatura de outro craque, Bruno Mantovani.

Você pode reservar seu exemplar aqui.

É um livro primoroso, minucioso, delicioso. Se você curte automobilismo e boas histórias, vai adorar passar por suas páginas.

É mais um grande feito da Gulliver Editora, do Joubert Amaral, que já citei algumas vezes no blog e que vem fazendo um belíssimo trabalho de registro da história do esporte a motor.

Vale muito a pena dar uma olhada no catálogo da Gulliver. Está neste link aqui.

Divirta-se.