São Paulo assina com Endurance e será capital do automobilismo em 2024

Dez anos depois, o Brasil voltará a receber uma etapa do WEC, o Mundial de Endurance, uma das principais categorias do automobilismo.

Será em 2024, e a prova já tem nome, dia e local definidos: as 6 Horas de São Paulo acontecerão em 14 de julho, em Interlagos. A venda de ingressos começará em 1º de outubro, com preços a partir de R$ 250.

O contrato será assinado nesta sexta-feira entre os organizadores do WEC e o prefeito Ricardo Nunes (MDB). Ele está em Le Mans, que neste fim de semana recebe suas 24 Horas, a mais importante prova do endurance, evento que deu origem ao campeonato mundial.

O acordo prevê a realização de outras quatro corridas até 2028. O contrato traz ainda a possibilidade de prorrogação por mais cinco anos, até 2033.

No ano que vem, a prova paulistana será a quinta etapa da temporada, a única na América do Sul. A volta do Brasil é uma das novidades de um grande pacote de mudanças no calendário.

São sete corridas na atual temporada. Serão oito em 2024. Sairão Sebring (EUA), Portimão (Portugal) e Monza (Itália). Além de Interlagos, entrarão Austin (EUA), Ímola (Itália) e Losail (Qatar). Permanecerão Spa (Bélgica), Fuji (Japão), Sakhir (Bahrein) e, claro, a francesa Le Mans.

O circuito paulistano já esteve no WEC entre 2012 e 2014. Na ocasião, a promoção das corridas esteve sob responsabilidade de uma das empresas de Emerson Fittipaldi, que deixou um lamentável rastro de dívidas pelo caminho.

Houve nova tentativa de realizar a prova em fevereiro de 2020, mas apenas dois meses antes o WEC excluiu São Paulo do calendário alegando problemas com a promotora, N Duduch Motorsports.

Desta vez, a promoção estará a cargo de um especialista no assunto: Carlos Col, que comandou a Stock Car por muitos anos e hoje organiza a Copa Truck. É um executivo sério e competente. Tem tudo para dar certo.

Com o anúncio de hoje, São Paulo se tornará a capital do automobilismo no mundo. Será a única cidade do planeta a receber três das principais categorias da FIA: Fórmula 1, Fórmula E e WEC.

"São Paulo se torna o melhor destino internacional para os apaixonados pela velocidade. O WEC é transmitido para quase 200 países, apresentando ao mundo a capacidade de organização de eventos internacionais, atraindo turistas e investidores, além de gerar milhares de empregos diretos e indiretos", disse o prefeito paulistano.

Nos cálculos da prefeitura, o evento terá um impacto de R$ 200 milhões para a cidade, com geração de 5 mil empregos e transmissão para 150 países.

Para Gustavo Pires, presidente da SPTuris, o WEC "manterá a cidade em evidência como a única a receber os três maiores espetáculos da FIA".

Criado em 2012 para reunir as principais corridas de resistência (endurance) do mundo, o WEC só faz crescer temporada após temporada. Atrai montadoras, lança tecnologias, reúne hoje uma enorme legião de fãs.

O melhor exemplo da dimensão do WEC acontecerá justamente neste fim de semana, em Le Mans, prova que está celebrando cem anos. Serão 186 pilotos em 62 carros, igualando o recorde de 2022. A partir das 11h de sábado, esse pelotão acelerará pelo mítico circuito de 13,6 quilômetros e 38 curvas buscando um dos mais cobiçados troféus do automobilismo.

Só na categoria Hipercarro, a principal, há sete marcas inscritas: Toyota, Porsche, Cadillac, Peugeot, Ferrari, Vanwall e Glickenhaus. O desfile segue pelas outras três classes, com protótipos e modelos de série Oreca, Ferrari, Aston Martin, Porsche, Corvette e Camaro.

Cinco pilotos brasileiros participarão da prova. Dois deles competirão na classe principal, Felipe Nasr e Pipo Derani. Pietro Fittipaldi e André Negrão correrão um degrau abaixo, na LMP2. Daniel Serra disputará a terceira categoria, a LM GTE AM.

Acabou? Não. Pode vir mais por aí.

A SPTuris negocia a volta da Fórmula Indy à cidade, também já para 2024.