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Fábio Seixas

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Verstappen emplaca GP impecável, supera Senna e entra para top 5 da F1

O holandês Max Verstappen comemora, na Áustria, sua 42ª vitória na F1 - Peter Fox/Getty Images
O holandês Max Verstappen comemora, na Áustria, sua 42ª vitória na F1 Imagem: Peter Fox/Getty Images

Colunista do UOL

02/07/2023 11h31

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Cinco vitórias seguidas. E não há a menor indicação de que isso vá parar...

Verstappen venceu neste domingo o GP da Áustria, nona etapa do Mundial de F1. Foi sua 42ª vitória na carreira, superando Senna e ficando atrás apenas de Hamilton (103), Schumacher (91), Vettel (53) e Prost (51). Foi sua sétima vitória na temporada. Foi a quarta no circuito da Red Bull.

Foi a conclusão de mais um fim de semana impecável na F1.

O holandês dominou todas as ações desde a chegada da categoria a Spielberg: liderou o único treino livre, cravou a pole do GP, fez a pole também para a corrida sprint, venceu a corrida sprint e emplacou um hat trick neste domingo: pole, vitória e melhor volta.

Somou, assim, mais 34 pontos no campeonato. É o máximo permitido pelo regulamento da categoria num fim de semana, repetindo o que fizera no GP da Emilia Romagna do ano passado, prova que marcou sua arrancada para o segundo título mundial.

O resultado mantém ainda o desempenho 100% da Red Bull. A equipe austríaca venceu todas as corridas do ano até agora _sete com Verstappen, duas com Pérez.

Leclerc, da Ferrari, foi o segundo. O mexicano da Red Bull completou o pódio. Fechando o top 10, Norris, Alonso, Sainz, Russell, Hamilton, Stroll e Gasly.

Verstappen deixa o circuito com 229 pontos na tabela. Pérez, o vice-líder, tem 148. No Mundial de Construtores, a Red Bull soma agora 377 pontos contra 178 da Mercedes.

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Max Verstappen lidera o pelotão na largada do GP da Áustria, em Spielberg
Imagem: Mark Thompson/Getty Images

O GP da Áustria aconteceu num domingo nublado em Spielberg, 22°C no ar, 32°C no asfalto.

Na largada, Verstappen não deu chances para Leclerc. Pisou forte e contornou a primeira curva na frente. Leclerc até tentou atacar na curva 3, mas foi bloqueado e recolheu.

Sainz manteve o terceiro lugar. Hamilton passou Norris e assumiu a quarta posição.

Mas o agito durou pouco. Ainda na primeira volta, Tsunoda arrebentou o bico na traseira de Ocon, passeou pela brita e o safety car foi acionado para que a pista fosse limpa.

A relargada veio na quarta volta, sem mudanças nas primeiras posições. O top 10 tinha Verstappen, Leclerc, Sainz, Hamilton, Norris, Alonso, Hulkenberg, Stroll, Gasly e Albon.

Na sexta volta, quando o DRS foi liberado, Verstappen já tinha uma distância segura para Leclerc: 1s8. Mais uma vez, começava a construir uma vitória segura.

Sem conseguir se aproximar do holandês, o monegasco passou a ser pressionado pelo companheiro de Ferrari.

N 14ª, Hulkenberg perdeu potência e, com fumaça saindo do Haas, parou na área de escape. Safety car virtual, e correria para trocas de pneus nos boxes. Entre os que pararam, Leclerc, Hamilton, Norris, Sainz e Alonso. Absoluta, a Red Bull manteve seus pilotos na pista.

Logo vieram as primeiras punições para pilotos que excederam os limites de pista: Hamilton e Tsunoda, depois de terem sido advertidos, levaram 5 segundos a mais no tempo de prova.

Com Verstappen tranquilo na ponta, Sainz foi o showman do início da corrida. Passou Hamilton na 19ª volta, deixou Pérez para trás na 21ª e assumiu o terceiro posto.

Na 24ª, Verstappen foi para os boxes. Voltou em terceiro, atrás das duas Ferrari, encerrando assim uma sequência impressionante. Foram, ao todo, 248 voltas lideradas em série desde o GP de Miami. Mais do que isso, apenas Ascari (305, em 1952) e Senna (264, em 1988).

Duas voltas depois, o holandês deixou Sainz para trás, na curva 3. Partiu, então, ao encalço de Leclerc. Era questão de tempo...

Um pouco mais atrás, Norris passou Hamilton na 29ª volta, e Sainz foi mais um punido em 5 segundos por extrapolar os limites da pista.

Albon, Ocon, Gasly e De Vries também levaram punição. Já escrevi sobre isso outras vezes, vou escrever sempre que algo assim acontecer. Não entendo esse tipo de atitude da FIA.

"Ah, os pilotos foram ao limite". Mas e daí? Automobilismo não é isso? Alguém escapou da pista? Houve algum risco para alguém? Que chatice...

Na 35ª, Verstappen chegou em Leclerc. Chegou e passou sem dificuldades. Reassumiu a ponta e disparou de novo na frente. Dez voltas depois, já tinha 11s5 de folga para o ferrarista.

Na 49ª, o holandês entrou de novo nos boxes, retornando à pista na liderança. A partir daí, foi voo de cruzeiro, apenas com o requinte de entrar nos boxes na penúltima volta para colocar pneus macios e cravar a melhor volta na bandeirada.

Mas nem tudo foi modorrento.

Houve drama e disputa pela última posição do pódio.

Pérez partiu para cima de Sainz no trecho final da prova, babando para colocar um fim à sua má fase. Na 59ª, o mexicano passou, mas levou o xis. Na 60ª, novo bote, mas a Ferrari prevaleceu. Na 61ª, enfim, o piloto da Red Bull conseguiu ganhar a posição.

Mesmo com a parada tardia nos boxes, Verstappen cruzou a linha de chegada com 5s1 de vantagem sobre Leclerc. Deixando, em todo circuito e em todo mundo assistindo ao GP, a sensação de que seu embalo está longe, muito longe de acabar.