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Ao resgatar Ricciardo, Red Bull aumenta pressão em Pérez e inflama disputa
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Os métodos pouco ortodoxos de gestão de pessoas da Red Bull produziram uma atração para a segunda metade da temporada da F1.
Não é oficial, jamais vai ser, mas não é preciso ser gênio para constatar que, a partir de agora, Ricciardo e Pérez travam uma disputa velada pela posição de companheiro de Verstappen.
Para começar, é preciso buscar as explicações para a decisão da fabricante de energéticos de colocar o australiano na vaga de De Vries em pleno meio de temporada. São duas.
A primeira: tentar salvar o ano. A AlphaTauri soma apenas 2 pontos na tabela e é a última colocada no Mundial de Construtores. Imediatamente à sua frente estão Williams, Haas (ambas com 11 pontos) e Alfa Romeo (com 9).
O carro é uma porcaria, mas com Ricciardo dá para tentar buscá-las. Com De Vries, já estava claro que não. Depois de dez etapas o holandês ainda estava em processo de adaptação, algo incompatível com a notória impaciência de Marko.
É sempre bom lembrar que cada ponto no Mundial significa em torno de US$ 250 mil na divisão do bolo de receitas ao fim da temporada.
Por esse motivo a Red Bull não colocou no carro o próximo da fila de sua academia de pilotos, o neozeolandês Liam Lawson, terceiro colocado na última temporada da F2 e hoje vice-líder da Super Fórmula, no Japão.
A segunda explicação é avaliar Ricciardo.
O australiano é um velho conhecido da casa, correu sete temporadas por lá entre Toro Rosso e Red Bull, mas depois zanzou por Renault e McLaren.
Mudou muito. Talvez para pior. A ponto de Horner ter declarado, no início do ano, que o ex-pupilo estava "irreconhecível" no retorno a Milton Keynes e que precisaria de um "reset".
As 12 corridas com a AlphaTauri serão a chance para Ricciardo provar do que é capaz. Para mostrar se é o piloto faminto dos primeiros anos de F1 e do início da passagem pela Renault ou se virou mesmo o sujeito desanimado e sem ferramentas da última temporada na McLaren.
Se a primeira opção prevalecer, Pérez estará em apuros.
Pouco a pouco, o mexicano está se tornando um estorvo. Seu desempenho em sessões classificatórias é o que mais choca: não passou para o Q3 nas últimas cinco etapas. Nesse período, marcou 51 pontos. Verstappen, nas mesmas cinco provas, conseguiu cinco poles e conquistou 136 dos 138 pontos possíveis _só não fez melhores voltas em Mônaco e Montréal.
Eles pilotam carros idênticos.
É verdade que, neste ano, o trabalho de segundo piloto na Red Bull é dispensável. Verstappen está sobrando e, sozinho, pode garantir o Mundial de Construtores para a equipe.
Mas e no ano que vem? Será que a concorrência vai dar mole de novo? Mercedes e Ferrari já estão declaradamente trabalhando nos carros para a próxima temporada...
Um olho em Pérez, outro em Ricciardo. Será assim até o fim do ano.
(E, no atual momento do mexicano, não é inviável imaginar os dois disputando posições do meio pro fundo do pelotão. Vai ser divertido de ver...)
"Ah, mas Pérez tem contrato até o fim de 2024."
Sabe o quanto isso vale para Marko, Horner e os advogados da Red Bull?
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