Fábio Seixas

Fábio Seixas

Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
ReportagemEsporte

Reserva na F1, Drugovich negocia para correr na Fórmula E em 2024

Drugovich estará de volta a um carro de corridas nesta sexta-feira. Trajando macacão azul. Tentando aprender mais sobre a dinâmica de motores elétricos.

Campeão da Fórmula 2 na última temporada, piloto reserva da Aston Martin na Fórmula 1, o brasileiro está cada vez mais próximo da Fórmula E. Ele negocia para correr na Maserati no ano que vem, e as conversas estão muito bem encaminhadas.

Não por acaso ele foi escalado pela equipe para o segundo teste de novatos da temporada, nesta sexta, no circuito de rua de Roma. Todas os 11 times do grid vão participar.

Será a segunda vez de Drugovich com um carro da Fórmula E. Há três meses ele participou do primeiro treino para novatos, em Berlim, e impressionou: completou 99 voltas, foi o mais rápido da sessão e ficou a apenas 0s2 do melhor tempo de todo o fim de semana.

"Aquela primeira experiência foi muito positiva. É um carro que dá prazer de dirigir. Estou empolgado para continuar meu desenvolvimento em Roma, ainda mais representando uma marca italiana. Quero agradecer a equipe por todo o apoio que está me dando. Mal posso esperar", disse o brasileiro, em comunicado distribuído à imprensa.

Felipe Drugovich com o carro da Maserati no teste para novatos da Fórmula E em abril
Felipe Drugovich com o carro da Maserati no teste para novatos da Fórmula E em abril Imagem: Andrew Ferraro/Maserati

Sua intenção é clara: disputar alguma categoria em 2024 enquanto aguarda uma chance na F1.

E a realidade é dura: ele sabe que, na Aston Martin, as chances de correr são mínimas. Um dos pilotos por lá é Alonso, bicampeão mundial, em excelente fase e fundamental para os planos de crescimento da equipe. O outro é Stroll, simplesmente o filho do dono.

Sim, é melhor buscar outros ares.

Continua após a publicidade

Drugovich já havia revelado esse desejo no fim do ano passado, em Interlagos, numa entrevista publicada aqui no blog. "Seria legal para eu manter na ativa", disse, na ocasião.

Até então, a Fórmula E não estava no seu radar. Entre as categorias almejadas, ele citou o Mundial de Endurance, a Fórmula Indy e a Super Fórmula.

Perguntei a ele, naquele dia, se imaginava uma trajetória parecida com a De Vries, que foi campeão da Fórmula 2 e encontrou abrigo na Fórmula E antes de chegar à F1.

"Não, porque nem ele considerava um caminho assim. Com certeza ele já nem pensava mais em F1, mas as estrelas se alinharam e deu tudo certo", respondeu, de bate-pronto.

Mudar de opinião não é pecado, pelo contrário. Tio Raul já pregava sobre as vantagens de ser uma metamorfose ambulante. E, se querem saber, acho que Drugovich está certo agora.

Não há nada mais insuportável para um piloto do que ficar de braços cruzados. É legal viajar o mundo, circular pelo paddock com o uniforme de uma equipe de F1, dar entrevistas.. Mas piloto precisa pilotar. Precisa evoluir. Precisa da adrenalina. Precisa dos sentidos aguçados

Continua após a publicidade

O calendário da Fórmula E não é dos mais puxados. É perfeitamente possível conciliá-lo com as poucas funções de piloto reserva na F1.

O tempo e os resultados se encarregam do resto.

Correr na Fórmula E será um passo certo para a carreira de Drugovich.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Deixe seu comentário

Só para assinantes