Clima inglês ajuda pilotos, e mudança nos pneus da F1 deve ficar para 2025
Hamilton, Verstappen, Russell e cia ganharam uma ajuda dos céus no debate sobre a extinção dos cobertores térmicos dos pneus a partir da próxima temporada.
O tempo instável em Silverstone nesta semana prejudicou a coleta de dados por parte da Pirelli. Não houve pista seca por muito tempo. As baixas temperaturas do asfalto também não ajudaram a avaliar os compostos preparados pela fabricante italiana.
Nos próximos dias, seus engenheiros vão organizar todas as informações dos testes e enviá-las para análise das equipes. O problema, agora, é o prazo.
Uma decisão precisa ser tomada até o dia 31 pela Comissão de F1, que reúne FIA, Liberty Media e as dez equipes do grid. A pressão dos pilotos e as dificuldades para testar os compostos nesta semana indicam que os times podem preferir adiar a mudança para 2025.
"O tempo muito instável, principalmente na terça-feira, tornou o trabalho mais complicado do que esperávamos. As condições do asfalto não eram constantes como gostaríamos", disse Isola, o comandante da Pirelli na F1. "De qualquer forma, aproveitamos a situação para testar o comportamento dos novos pneus intermediários", completou o italiano.
Seis pilotos e três equipes estiveram em ação em Silverstone.
O melhor tempo foi de Ricciardo, que percorreu 110 voltas com o carro da Red Bull na terça e cravou 1min27s415 —essa marca lhe daria o oitavo lugar no grid definido no último sábado.
Hulkenberg, com a Haas, foi o segundo, com 1min30s276. Depois vieram Magnussen, seu companheiro de equipes, Sargeant e Albon, dupla da Williams, e Pietro, reserva da Haas.
O fim dos cobertores técnicos faz parte do pacote da FIA para tornar a F1 mais sustentável. Desde Mônaco, em maio, os pneus de chuva não são mais aquecidos previamente. E, a partir do ano que vem, os intermediários também não serão.
Falta uma solução para os pneus slick.
Desde 2019, a Pirelli está testando misturas de borracha que aquecem mais rápido. Enquanto isso, o limite de temperatura dos cobertores foi reduzido de 100°C para 70°C nesta temporada.
Os equipamentos que aquecem os pneus são caros e consomem muita energia elétrica, muitas vezes exigindo instalações especiais nos autódromos. Há, ainda, a intenção da FIA de transferir a tarefa de aquecer os pneus para os pilotos, aumentando o imponderável, criando mais um elemento de emoção nos GPs.
Por ora, esses argumentos não comovem os pilotos, que consideram a mudança perigosa. Verstappen, Hamilton e Russell puxam a fila de críticos. Para eles, os carros vão demorar a voltar ao ritmo de corrida após um pit stop, o que aumentará o risco de acidentes na pista.
Independentemente da decisão do dia 31, a Pirelli já agendou outras sessões de testes com os novos compostos ainda nesta temporada: em Spa-Francorchamps e Monza, após os GPs da Bélgica e da Itália, e nos treinos livres das etapas do México e do Japão.
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