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Mbappé acumula brigas e gera tensão em estreia da França na Eurocopa

Kylian Mbappé, da França,  - Dean Mouhtaropoulos/Getty Images
Kylian Mbappé, da França, Imagem: Dean Mouhtaropoulos/Getty Images

João Henrique Marques

Colunista do UOL

15/06/2021 04h00

Kylian Mbappé vive dias de rebeldia na França. Ele está descontente com a maneira intransigente que o Paris Saint-Germain se posiciona no mercado sobre seu futuro e acabou com o papel de vilão na seleção francesa após uma briga de vestiário com Olivier Giroud. Tudo isso cria um cenário de tensão para a estreia dos Les Bleus na Eurocopa, hoje às 16h, contra a Alemanha, em Munique.

Mbappé se defende de críticas e ataca a imprensa antes do início da Eurocopa.

A briga com Giroud

Após a vitória da seleção francesa por 3 a 0 contra a Bulgária, no último amistoso de preparação para a Eurocopa, na semana passada, vieram relatos de que a briga entre Giroud e Mbappé foi calorosa no vestiário. O jornal esportivo francês L'Equipe contou que Griezmann e Pogba tiveram que separar os jogadores evitando agressão física.

Giroud estava inconformado com a falta de passes recebidos no amistoso. Avaliou isso como uma tática de Mbappé para ter Benzema ao seu lado no ataque na Eurocopa e fez críticas públicas após o jogo: "Corria e não me passavam a bola. Terminei com dois gols após passes de Ben [Pavard] e Wissam [Ben Yedder], mas poderíamos ser mais eficientes no jogo se não me ignorassem", disse Giroud.

Em entrevista coletiva no domingo, Mbappé confirmou ter o desentendimento com Giroud e atacou os jornalistas que lhe perguntaram sobre a falta de passes ao centroavante.

São perguntas um pouco doentias. É algo normal eu dar mais passes ao Karim (Benzema) por conta da função dele em campo. Você insinua que eu não quero dar a bola ao Giroud por dar mais passes ao Benzema, que toca 80 vezes na bola em um jogo, ou até mesmo o Neymar (no PSG), que toca 150 vezes na bola em um jogo. E não vê isso como algo normal.

Contra a Alemanha, Mbappé fará a dupla de ataque da França com Karim Benzema. Giroud estará como opção no banco.

"É claro que fiquei abalado (briga com Giroud), mas quero acabar logo com esse problema em nome da seleção da França. Eu cheguei no vestiário e ele não quis nem falar comigo. Mas passou, e o que ele disse é algo normal de um atacante e um sentimento que já tive 365 vezes na carreira", buscou minimizar Mbappé.

A briga com o PSG

No Paris Saint-Germain, o presidente Nasser Al-Khelaifi fala forte ao mercado garantindo a permanência e até mesmo renovação contratual de Kylian Mbappé. O discurso convicto do dirigente desagrada o atacante, que sonha em atuar pelo Real Madrid e ainda espera ver o clube francês, ao menos, abrir negociação.

Mbappé tem contrato com o PSG até junho de 2022 e convive com o receio de assinar uma extensão de longo prazo e, assim, ser impedido de sair. No entanto, o que mais o irritou foi uma exposição de Nasser sobre suas exigências para renovar: "Se ele (Mbappé) quer decidir quem recrutamos ou não, isso não é possível", disse o cartola em entrevista ao L'Equipe na semana passada.

Sobre o tema, Mbappé também foi confrontado pela imprensa em sua entrevista na seleção francesa e expôs a irritação com o presidente do PSG.

"Se o Nasser fala que eu peço reforços, apenas direi uma coisa a vocês: Sou um simples jogador de futebol, tenho que me contentar com o campo. Nunca pedi um único jogador ao presidente ou ao diretor esportivo (Leonardo) do PSG", desabafou Mbappé.