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La Liga já suspendeu jogo por gritos anti-nazistas, mas nunca por racismo
Os atos de racismo contra Vinícius Jr na derrota do Real Madrid para o Valencia, no domingo, colocaram em evidência a falta de um combate enérgico de La Liga — a organizadora do Campeonato Espanhol — contra esse tipo de situação.
Os casos se acumulam nas últimas temporadas. Vinícius é a vítima mais recorrente, mas não é a única.
Em abril de 2021, o francês Mouctar Diakhaby, do Valencia, deixou o duelo contra o Cádiz alegando ter sido chamado de "negro de merda" por Juan Cala.
Os jogadores do Valencia chegaram a sair do gramado, mas voltaram minutos depois e o jogo continuou.
Cala foi inocentado das acusações. "Não sei se ele interpretou mal ou inventou algo", disse o espanhol na época.
No mês passado, também em Cádiz, o zagueiro Antonio Rudiger, do Real Madrid, foi insultado por torcedores quando entregava uma camiseta a um fã, depois da partida contra a equipe local.
A lista de casos é longa e não escolhe cores ou camisetas: Roberto Carlos, ídolo do Real Madrid, já foi alvo de uma faixa racista em Barcelona; Daniel Alves, então no Barcelona, comeu uma banana jogada contra ele em Villarreal; Eto'o, também do clube catalão, quis deixar o campo em um duelo contra o Zaragoza.
O que ainda não se viu foi La Liga suspender um jogo: interromper a partida, tirar os dois times de campo e declarar que, por causa dos atos racistas, o duelo não terminaria.
Na única vez que uma partida organizada por La Liga foi suspensa por ofensas a um jogador, o motivo não foram insultos racistas, mas gritos que chamavam um jogador de nazista.
Foi em 15 de dezembro de 2019, no duelo entre Rayo Vallecano e Albacete, pela segunda divisão espanhola (também parte de La Liga). Torcedores do Rayo Vallecano gritavam "Zozulya, puto nazista" para o jogador ucraniano Roman Zozulya.
Dois anos antes, em 2017, Zozulya havia sido emprestado pelo Bétis ao clube de Vallecas, mas a diretoria cancelou o negócio por pressão dos torcedores. Os Bukaneros, torcida antifascista do Rayo, descobriram ligações do ucraniano com organizações neonazistas de seu país e fizeram campanha para que ele jamais vestisse a camisa do clube.
A suspensão da partida de 2019, contra o Albacete, foi uma escolha do árbitro José Antonio López Toca e recebeu o apoio de La Liga, que aprovou a decisão.
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