Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Por que Globo vive dificuldade para vender patrocínios dos Jogos Olímpicos
Nesta semana, a Globo fez um evento para apresentar a cobertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 ao mercado publicitário. A três meses do evento, o banco Bradesco e a marca de cosméticos Nivea haviam fechado acordo. Após a publicação da reportagem, a empresa de bebidas Ambev e a plataforma de streaming Netflix também fecharam acordo. Até aqui, são os únicos patrocinadores confirmados, exemplo de como a emissora tem encontrado dificuldades para vender as cotas.
A coluna apurou que, por causa do adiamento dos Jogos de 2020 para 2021 pela pandemia do coronavírus, a Globo cancelou os contratos fechados originalmente. No ano passado, além de Bradesco, Claro e Fiat haviam comprado cotas comerciais.
A emissora priorizou contato com antigos anunciantes, mas Claro e Fiat não quiseram reativar o investimento. A Nivea entrou no projeto após a realização da apresentação para o mercado. Nesta segunda (3). após a publicação, Netflix e Ambev compraram cotas e entraram no negócio, o que mostra que a Globo está correndo atrás.
Horário e incerteza da realização
O horário de grande parte dos Jogos de Tóquio, que serão transmitidos para o público brasileiro entre a madrugada e a manhã, assusta os publicitários. O temor é a audiência baixa, já que a maior fatia de telespectadores está ligada na televisão no período tarde/noite.
Outro ponto que pesa é a incerteza: o crescimento de casos de covid-19 no Japão, a lentidão na vacinação no país e a opinião pública majoritariamente em dúvida sobre a realização das Olimpíadas em julho ameaçam o evento. Mesmo assim, Comitê Olímpico Internacional (COI), comitê organizador japonês e governo do Japão seguem informando parceiros que os Jogos serão realizados.
Corrida para R$ 500 milhões
Para 2021, a Globo criou pacotes publicitários integrados com outras mídias. São três categorias: ouro (uma cota), prata (quatro cotas, duas para TV aberta e internet e duas para TV paga e internet) e bronze (duas para TV aberta e internet e outras três para TV paga e internet).
A cota ouro custa R$ 96,9 milhões e garante exposição total em todas as mídias —TV Globo, SporTV e internet. Essa é a que foi comprada pelo Bradesco. A Nivea comprou a cota prata, assim como a Ambev, que custa pouco menos de R$ 90 milhões e garante exposição em TV aberta e na internet. A Netflix comprou a cota bronze. Outras seis cotas ainda estão livres.
O valor total supera os R$ 500 milhões, mas, a 84 dias dos Jogos, a venda de todos os pacotes é uma corrida contra o tempo.
Procurada pela coluna, a Globo afirma: "Com relação ao plano dos Jogos Olímpicos 2020, no momento, estamos em negociação das cotas. Comunicaremos quem são os parceiros comerciais da Globo no momento oportuno."
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