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OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

De autógrafo a encontro: como "pequenas grandes atitudes" ressoam no Esport

dyNquedo, da paiN Gaming, atende fã no CBLOL - César Galeão/Riot Games
dyNquedo, da paiN Gaming, atende fã no CBLOL Imagem: César Galeão/Riot Games

Colunista do UOL

24/06/2022 04h00

Em qualquer modalidade esportiva, a barreira que separa o anonimato da fama pode ser muito frágil. No Brasil, nos acostumamos a ver talentos mal completarem a maioridade e já partirem para o espaço reservado aos grandes astros no futebol europeu. No esporte eletrônico, o que ainda se vê são jogadores com dificuldade de entender que são ídolos - capazes de influenciar opiniões, atitudes e de arrastar fan bases. E, nesse mundo, o básico faz a diferença.

No último fim de semana, Matheus "dyNquedo", bicampeão do CBLOL, atualmente defendendo a paiN Gaming, viralizou de forma positiva ao dar a um fã que estava assistindo ao campeonato presencialmente sua camisa. O jogador foi, com muita justiça, elogiado de ponta a ponta por fãs, jornalistas e diversos outros componentes do cenário competitivo. A atitude, de fato, foi nobre - e o vídeo registrado pela organização contabiliza 250 mil visualizações no Twitter.

À parte da bela interação entre profissional e torcedor, há que se considerar como elementos básicos no dia a dia, que podem passar batidos por atletas e pelas equipes, são valiosos na construção da imagem do Esporte. Certamente, o torcedor guardará na memória o encontro como algo marcante, reforçando sua ligação com o próprio dyNquedo, com a paiN Gaming e com o League of Legends como um todo.

Após um longo período de torneios online, por conta das restrições impostas pela pandemia do COVID-19, competições presenciais trazem à tona o que mais importa no Esporte: o fator humano. Quem paga ingresso para comparecer a um evento, seja ele o CBLOL ou a final da Copa do Mundo, está ali não só pelo jogo - mas por tudo que o cerca. A experiência não fica marcada apenas pelo que acontece dentro do servidor.

Esse incentivo independe de quantos milhares de torcedores ou seguidores a respectiva organização tem. Na final do CBLOL, por exemplo, a Liberty, eliminada algumas semanas antes dos playoffs, levou alguns fãs para conhecer o centro de treinamento em São Paulo, conversar com jogadores e ainda acompanhar in loco a grande decisão do torneio. Uma estratégia que fideliza a longo prazo.

Embora os Esports já sejam uma realidade há alguns bons anos, há fatores que continuam trazendo legitimação e reconhecimento por meio de atitudes. Se muitas vezes pode parecer que, com poucas exceções regionais, os times têm perfis "parecidos" no que diz respeito à própria identidade, são as ações do dia a dia que podem fazer a diferença de maneira a fazer com que um fã tenha vontade de vestir aquela camisa - ou sinta orgulho de determinado atleta.

Uma foto, um autógrafo, um vídeo, alguns segundos de conversa, uma camisa... Independentemente da magnitude da ação, os Esports precisam ter no próprio DNA o sentimento de que pequenas e grandes atitudes fazem a diferença, misturando competitividade, o fator humano e a identificação com uma marca.