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OPINIÃO

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Franquia "acessível"? Mudanças agitam VALORANT para 2023

FPX, campeã do Masters de VALORANT - Divulgação/Riot Games
FPX, campeã do Masters de VALORANT Imagem: Divulgação/Riot Games

Colunista do UOL

23/08/2022 04h00

A Riot Games têm divulgado detalhes graduais sobre como será a temporada competitiva do VALORANT em 2023. Em meio a um calendário apertado, com Challengers, Masters e Champions, o jogo agora se prepara para uma nova fase de sua existência enquanto esporte eletrônico: com três ligas internacionais, franqueadas, e uma dúvida - afinal, as regiões seguirão sustentáveis, mesmo com algumas equipes participando de uma camada "elitizada" do cenário competitivo?

Um fato que empolgou a comunidade na última semana foi a revelação de que será possível ter acesso às ligas internacionais por meio dos eventos Challengers. Serão mais de 20 ligas nacionais ao redor do mundo e, pelo que prometeu a própria Riot, um sistema que buscará levar o jogador amador desde o Client do game até o nível mais alto de enfrentamento. Tais ligas começarão com 10 times e passarão a ter 14, cada, em 2027.

"Acreditamos que o caminho até o Champions deve começar diretamente dentro do VALORANT. No início do ano, compartilhamos os detalhes iniciais de um sistema competitivo acima das ranqueadas que será implementado dentro do jogo para você e seus colegas de equipe usarem. A equipe de desenvolvimento do VALORANT está focada em garantir que a experiência principal satisfaça as expectativas dos jogadores em grande escala. No entanto, nosso plano de longo prazo é bem maior que isso. Nosso objetivo é integrar esse sistema ao VCT para qualificar equipes diretamente do jogo para o Challengers. Queremos criar uma conexão perfeita entre o VALORANT e o VCT em uma escala global através de uma série de momentos decisivos, em que as equipes do Challengers nas piores classificações terão que proteger a posição delas contra o novo lote de grandes estrelas online. Falaremos mais sobre esse sistema antes do fim do ano", afirmou a Riot Games, em comunicado publicado mundialmente.

O VALORANT é um game extremamente novo enquanto Esport. O Beta do jogo foi lançado em 2020. É surreal pensar que o título tenha crescido tanto no gênero FPS em tão pouco tempo - e que, de certa forma, os planos da Riot para ele soem tão ambiciosos quanto para o LoL, que já tem mais de uma década no mercado. Há diversas integrações internas que provam o game como um exemplo de sucesso no que diz respeito a dominio de espaços.

Ainda neste ano, será possível fazer uma análise maior, visto que a publisher deverá divulgar quais organizações vão integrar o cenário internacional. Do lado brasileiro, por exemplo, soa inimaginável pensar que a LOUD, absolutamente dominante em solo nacional, não esteja entre as escolhidas para o sistema franqueado. A FURIA, com extensa operação internacional desde o CS:GO, também parece favorita a ser escolhida. Mas afinal: quantas vagas teremos?

Até agora, sob uma análise fria, o feito mais relevante do VALORANT brasileiro é o vice-campeonato de Masters da LOUD. Porém, sabemos que a análise geral não se limita a resultado. O engajamento da nossa comunidade é monstruoso. O comprometimento na criação de conteúdo, no desenvolvimento de awareness... Somos um público que se garante. Porém, até que ponto isso bastará do ponto de vista corporativo?

Desde o início, o VALORANT competitivo se caracterizou por ouvir e absorver os feedbacks da comunidade. Espera-se que essa característica seja permanente - e não somente inerente ao início do cenário. É a hora da Riot provar seu comprometimento com a comunidade. O Brasil merece atenção (e muita) a nível global.