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OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Troféus marcam expansão e história documentada dos Esports

Troféu do Worlds - Divulgação/Riot Games
Troféu do Worlds Imagem: Divulgação/Riot Games

Colunista do UOL

30/08/2022 04h00

Estamos em ano de Copa do Mundo. Ao ler essa o nome do campeonato, é inevitável: vêm à memória imagens de grandes ícones levantando o símbolo máximo de glória na competição, o troféu. Para quem gosta de futebol, o mesmo vale para torneios como a Liga dos Campeões da Europa ou a Libertadores da América, por exemplo. As taças são marcas registradas, elementos icônicos de cada torneio. O esporte eletrônico caminha no mesmo sentido.

Nesta semana, a Riot Games anunciou uma parceria com a Tiffany & Co., uma empresa norte-americana que é gigante global na produção de jóias. O troféu do Worlds, o Mundial de League of Legends, passa a ser produzido pela corporação. Um movimento ousado, uma vez que a Copa do Invocador, objeto entregue ao campeão do torneio, é um dos maiores patrimônios da comunidade desde seus primórdios.

Obviamente, a mudança dividiu e continuará dividindo opiniões. Há quem aprove a modernização, há quem se apegue à nostalgia e à tradição, mas fato é que, assim como a Louis Vuitton já havia se inserido no cenário global de LoL, unindo de forma inteligente o não-endêmico ao mundo gamer, a Tiffany também imprime legitimidade e expande a comunicação a um público que ainda não é impactado por essa mensagem.

Entra aí uma linha tênue: encontrar o equilíbrio entre valorizar a comunidade fiel ao jogo e, ao mesmo tempo, pisar o terreno fora da bolha é um desafio gigantesco. Os fãs são exigentes, e têm lugar de fala para isso. Independentemente de quando começou a jogar, torcer ou acompanhar, o nível de comprometimento, em geral, é alto. E o produto final deve se destinar prioritariamente a quem está ali, disseminando a força dos Esports e dos respectivos games.

O movimento recente do Rainbow Six Siege, transformando os bustos de operadores do jogo nos respectivos troféus de grandes campeonatos internacionais, mostra um pouco disso. Para quem ainda não está inserido no cenário, pode soar estranho ou parecer ousadia, mas para quem consome o jogo diariamente, assistindo às partidas e alavancando o game, faz muito sentido. E isso precisa ser levado em conta.

Assim como no esporte tradicional, narrativas de grandes ídolos valorizam os campeonatos como um todo. Histórias de dinastias sendo construídas, times saindo "do nada" e crescendo, jovens sendo revelados... E o mesmo vale para os troféus e todo simbolismo em torno de cada competição. É ótimo ver que, cada vez mais, as publishers buscam engrandecer suas marcas também nos elementos máximos da conquista.

Ao longo principalmente da última década, notamos como os campeonatos de Esports evoluíram como um todo. Saíram de eventos complementares em feiras de games para se isolarem como eventos gigantescos, independentes e dignos de atenção das grandes marcas. Daqui a alguns anos, quando mirarmos a história do esporte eletrônico, as imagens dos jogadores com os troféus certamente estarão fixadas em nossas memórias.