Topo

GGWP

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Final do CBLOL: no Ibirapuera, uma bela (e comprometida) mensagem

Final do CBLOL 2022 - Bruno Alvares, César Galeão e Pedro Pavanato
Final do CBLOL 2022 Imagem: Bruno Alvares, César Galeão e Pedro Pavanato

Colunista do UOL

08/09/2022 04h00

O Campeonato Brasileiro de League of Legends voltou, no último sábado, a contar com um dos seus maiores patrimônios: um evento presencial com milhares de torcedores na arquibancada. O Ginásio do Ibirapuera testemunhou a "Retomada", temática escolhida pela Riot Games Brasil, para reapresentar seu cartão de visitas - a tão aguardada Cerimônia de Abertura, um momento de celebração à comunidade, repleto de representatividade.

Há diversos pontos a serem analisados sobre o show. A escolha dos artistas é, mais uma vez, um golaço por parte da publisher. BNegão, Rincón Sapiência e Katú Mirim entoaram para a casa paulistana uma letra e uma apresentação repletos de representatividade. Os versos falam por si só. "Tá ouvindo meu povo gritar? / A vitória vamos celebrar / Procurando a antiga esperança / Nos unindo e fazendo aliança / Quer vencer então vem e levanta / Revolução só se faz com mudança".

Em meio a tantos eventos e referências de League of Legends, seria simples para a empresa entregar um fan service - que, inclusive, talvez agradasse de forma mais massiva e simples o público como um todo. Porém, como já é de praxe, a Riot optou por fazer diferente e buscar uma narrativa que juntasse várias pontas. Um espetáculo profundo e complexo - na execução e no significado.

Se dentro do servidor a LOUD atropelou a paiN Gaming, com um 3 a 0 maiúsculo, do lado da produção vimos algumas revelações do casting vivendo seu grande momento - e entregando um desempenho à altura. Citação especial para Fogueta, Lahgolas, Tábata e Rafaela Tomasi. Em um meio no qual muitas vezes imperam o machismo e a misoginia, o quarteto deu, diante das telas, a resposta, com classe e preparo.

Das ativações dos patrocinadores (todos os quatro não-endêmicos, vale ressaltar - Mastercard, Santander, Heineken 0.0 e KitKat) à dança com cabos de aço na Cerimônia de Abertura, passando pelas múltiplas lojas dos times e do próprio CBLOL, o evento é uma reafirmação do esporte eletrônico enquanto força legítima e digna de atenção a um nível muito mais expandido do que nichado.

Já falamos sobre isso aqui no GGWP, mas o cenário competitivo brasileiro de League of Legends tem como mérito ser grande independentemente de nível de gameplay. Os constantes fracassos internacionais em nada interferem na relevância do campeonato perante o restante do mundo em imponência. Nosso público é incomparável em energia e fidelização.

Após três anos sem grandes eventos com público, a Riot Games Brasil deu seu recado com o Last Chance Qualifier e com a Grande Final do CBLOL. O desempenho da LOUD fora do país, somado à torcida, levantam o questionamento: é possível sonhar com um evento internacional por aqui? Capacidade e know how sobram. Fiquemos na torcida!