Conteúdo, efeito e glória: o inteligente caminho da LOUD

Embora tenha um espaço amostral bem menor do que as modalidades tradicionais, o esporte eletrônico já tem rodagem suficiente para que se fale em grandeza entre as organizações. É possível ser grande nos Esports de diversas formas, mas, obviamente, dois pilares puxam (e muito) uma equipe para cima: torcida expressiva e sucesso dentro do servidor. Levantar taças é fundamental, mas não é tudo. E a LOUD é um bom exemplo neste sentido.

A marca de um bilhão de visualizações no YouTube, atingida há mais de dois anos, dá o tom de como foi o começo da LOUD: uma aposta fortíssima no entretenimento, em engajar e fortalecer o nome da organização, com um conteúdo de ponta. Primeiro, pavimentaram um alicerce, uma base de fãs fidelizada (e barulhenta, com o perdão do trocadilho). Depois, deram o passo adiante nos próprios planos.

Para além dos vídeos, influenciadores e do "efeito LOUD", que multiplica exponencialmente o número de seguidores daqueles que por lá passam, a organização está vivendo um 2022 dos sonhos. Conquistou duas vezes o VALORANT Challengers Brazil, levou também a Liga Brasileira de Free Fire (LBFF) e, por fim, o tão sonhado CBLOL, o Campeonato Brasileiro de League of Legends.

Pode parecer uma conclusão óbvia, digno de um "engenheiro de obra pronta", mas não era difícil imaginar que o sucesso da LOUD nos respectivos cenários competitivos era só questão de tempo. Uma coisa leva à outra. Por mais que para muitos não faça sentido, construir uma marca forte e que desperte o interesse de se atrelar a ela é um caminho gigantesco para se aproximar dos grandes em qualquer esporte.

Guardadas as devidas proporções, pegue um jogador de futebol em começo de carreira e pergunte a ele por qual clube gostaria de jogar. Tenha certeza que a resposta não será uma equipe que não está nos noticiários ou que ninguém conhece. Qualquer atleta quer estar em evidência, e vestir uma camisa expressiva é um dos requisitos básicos neste sentido.

A vitória maiúscula sobre uma das equipes mais tradicionais do esporte eletrônico brasileiro na final do CBLOL é simbólica. Vencer a paiN Gaming engrandece ainda mais o capítulo da história escrito pela LOUD no Ginásio do Ibirapuera. E vale lembrar: muito do crescimento da torcida da organização se deu durante a pandemia, com as pessoas afastadas. Levar cada vez mais grandes massas para apoiá-los nos eventos de Esports é só mais um passo na caminhada.

E falando em próximos passos... Vice-campeã mundial de Free Fire em 2021. Vice-campeã do VALORANT Masters neste ano. Na disputa do Champions, o Mundial do FPS da Riot Games. Em breve, representando o Brasil no Worlds, o Mundial de LoL. Ser o país personificado no cenário ajuda, e muito, a gerar identificação e crescer a torcida. O efeito dominó é real. Ou melhor, o efeito LOUD.