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A bolha do Free Fire furou! Pra não se esvaziar, é preciso reagir e rápido!

Nobru e equipe de CS:GO do Fluxo - Reprodução/Twitter
Nobru e equipe de CS:GO do Fluxo Imagem: Reprodução/Twitter

Colunista do UOL

30/09/2022 10h51

Pouco menos de três anos separam a conclusão de 2019, temporada mágica do Free Fire, para o momento atual. Naquela ocasião, com o Brasil no topo do mundo do jogo, representado pelo Corinthians, o Battle Royale da Garena varreu o Prêmio eSports Brasil - maior evento do gênero na América Latina - vencendo nove categorias.

Hoje, a realidade é bem diferente. Afinal, o que mudou da ascensão relâmpago do game para uma estagnação em diversos fatores? Não se trata, aqui, de diminuir a importância do Free Fire. O jogo segue representando um vetor democrático e acessível para públicos que, muitas vezes, não têm acesso ao esporte eletrônico.

Porém, se antes parecia relativamente imune à concorrência, hoje o Battle Royale encara uma ameaça não só externa, mas também do seu próprio alicerce. A base que ajudou a formar o cenário furou a bolha.

As organizações que ascenderam no Free Fire, como LOUD, Los Grandes e Fluxo, hoje, estão bem longe de manter seus planos com foco claro no game. O maior exemplo atual é a própria LOUD - campeã mundial de VALORANT, representante do Brasil no Mundial de League of Legends e em constante expansão para novos públicos.

Se antes havia questionamento sobre a torcida ter o Battle Royale como core, hoje está claro que há muita variedade na preferência dos fãs. A mesma lógica das equipes vale também para influenciadores e criadores de conteúdo.

Bruno "Nobru", que dispensa apresentações, expandiu a Copa Nobru, sua competição antes voltada apenas ao Free Fire, para o PUBG Mobile. Já há diversos rumores que o Fluxo, organização da qual é CEO, em breve estará no CBLOL, no sistema franqueado, após cravar presença no CS:GO. Há fortes indícios de um rompimento de barreiras e a criação de uma capilaridade.

Embora pareça clichê, no esporte é sempre válido lembrar que muito mais difícil do que chegar ao topo é se manter nele. Não se deve esperar que a explosão que o Free Fire viveu em 2019 se repita de alguma maneira, e não se deve pensar que a LBFF não está mais entre os torneios mais relevantes de Esports do país, mas é necessário lembrar os desafios que qualquer modalidade de dispositivos móveis enfrenta.

Não é coincidência que o cenário competitivo seja fortíssimo especialmente no Sudeste Asiático e no Brasil. Concorrer com PC e console em áreas como Estados Unidos e Europa é praticamente impossível. Ter um computador ou um videogame nesses locais é muito mais acessível para o público em geral. Resta bater de frente onde o celular é o meio mais palpável para jogadores - sejam eles casuais ou profissionais.

Inclusive, 2023 promete para mobile no Brasil. Há a chegada do Honor of Kings, a provável expansão do Wild Rift, o inteligente plano do PUBG Mobile, sobre o qual já falamos aqui no GGWP. As publishers travarão uma batalha intensa. E, nesse sentido, o Free Fire precisa se mover para continuar sendo o que já mostrou que pode ser por aqui.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL