Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Jogador ou organização? Sacy e Pancada na Sentinels relembram dilema
Uma das "grandes dúvidas da humanidade" no esporte eletrônico é: afinal, há mais torcedores de equipes, propriamente ditas, ou de jogadores? Há exemplos fortes para ambos os lados e argumentos que justifiquem as duas frentes. Recentemente, a transferência de Sacy e Pancada, campeões mundiais de VALORANT, para a Sentinels, dos Estados Unidos, "bugou" a cabeça de muitos fãs brasileiros. Sem dúvida, um misto de sentimentos.
Para contexto: por diversos motivos, que vão de polêmicas dentro do servidor a provocações fora dele, a Sentinels virou uma equipe odiada no nosso país. Na contramão, Sacy e Pancada levaram o Brasil ao topo do mundo na última edição do Champions, pela LOUD. Agora, eles são uma coisa só. E na disputa da Liga das Américas de VALORANT - ao lado de três representantes nacionais: a própria LOUD, FURIA e MIBR.
Via de regra, obviamente que uma coisa não anula a outra. É possível continuar torcendo pela dupla e apoiar os times brasileiros. A movimentação deve ser motivo de orgulho para os fãs - uma vez que o VALORANT nacional e o nosso FPS, como um todo estão sendo valorizados como merecem. Mas sabemos que rivalidades são essenciais para o esporte, assim como narrativas improváveis.
Que o diga outra movimentação neste sentido: a transferência de Xand, um dos astros dos jogos de tiro no país há muito tempo, para a KRÜ - algoz histórica das nossas equipes nos torneios internacionais do game. Aproximação entre comunidades? Distanciamento com o jogador? Apenas o tempo poderá responder qual será o sentimento em relação a isso.
Já vivenciamos algo semelhante quando ninguém menos que Gabriel "FalleN", um dos grandes responsáveis pelos Esports serem o que são no Brasil atualmente, foi para a Team Liquid. Porém, a Cavalaria já contava com uma fan base forte no Brasil, por conta da sua equipe de Rainbow Six Siege - facilitando a identificação e aproximação entre marca e torcedores.
Rivalidades, brincadeiras e provocações à parte, deve ser sempre motivo de orgulho ver talentos brasileiros sendo "exportados" no cenário. Aliás, isso reforça a importância do profissionalismo desde os primeiros momentos da carreira - seja se preparando na "vida real" (aulas de inglês em dia, hein), seja se portanto como um verdadeiro atleta, com todo o sacrifício e esforço que isso demanda no dia a dia.
Quanto mais jogadores brasileiros se destacarem e "povoarem" o esporte eletrônico a nível mundial, mais o mercado de games será aquecido e legitimado no país. Grandes marcas continuarão a ser atraídas, e o efeito dominó positivo trará benefícios por todos os lados. Independentemente da camisa que vestirem, os pro players nascidos aqui sempre devem ser motivo de orgulho e respeito em solo nacional.
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