Olivinha já foi, procura-se novo ídolo para o time de basquete do Flamengo
Como visitante, um início de NBB Caixa 24/25 sólido com três vitórias para o Flamengo. Mas, como mandante, tropeçou logo no seu primeiro confronto diante do seu torcedor. Perdeu para o Corinthians e sentiu o gosto amargo do último jogo da final da temporada 23/24, quando mesmo com o mando de quadra, viu o Franca levantar o troféu do NBB dentro do Maracanãzinho.
O fantasma da última temporada surgiu, e um problema recorrente voltou à tona: o mau aproveitamento nas bolas de 3 pontos (6/27). Problema que seguiu no jogo seguinte diante do Pinheiros, que contou com uma atuação especial de Raulzinho que com flashes de NBA deixou 15 pontos, 8 assistências e 4 rebotes.
Novamente sem aproveitamento (8/34 nas bolas de 3 pontos), o Flamengo só passou a frente do marcador faltando pouco mais de um minuto para o fim do jogo, conseguindo a vitória para o alívio do torcedor.
O maior vencedor da história do NBB
O Flamengo é um time que se acostumou a estar na ponta, nenhuma outra equipe levantou tantas vezes a taça de campeão do NBB como o rubro-negro carioca: em 16 edições, foram sete títulos, além de três vice-campeonatos.
Neste período, o Mengão extrapolou as fronteiras tupiniquins, conquistou a América e também o mundo. Foram duas Champions League Américas e também duas vezes campeão da Copa Intercontinental de Basquete. O clube investiu em uma pré-temporada na Espanha, e começou o NBB jogando com bastante intensidade.
No entanto, o ciclo de conquistas esfriou e nos últimos anos assistiu de perto à equipe de Franca, seu rival histórico no basquete, assumir o posto de melhor time do Brasil, e o lugar mais alto no pódio nas últimas três temporadas do NBB Caixa.
E além disso, o time precisa de um novo líder dentro de quadra. Desde a aposentadoria de Olivinha no fim da última temporada (em junho deste ano), a torcida do basquete do Flamengo busca um xodó para chamar de ídolo.
Focado em derrubar o legado de Franca, a diretoria flamenguista explorou bem o mercado de transferências e montou um elenco renovado com seis novas contratações para a temporada 24/25.
Pendurando o tênis como maior vencedor da história do NBB, com seis títulos conquistados (todos pelo Flamengo), e como maior reboteiro da Liga e 4° maior cestinha de todos os tempos, Olivinha definitivamente cravou seu nome na história não só do Flamengo, mas do basquete nacional. E para além dos recordes históricos, o ala-pivô sempre foi reconhecido por sua garra e entrega total dentro de quadra.
Busto em homenagem a Olivinha e reconhecimento de Filipe Luís
O "Deus da raça", como era chamado Olivinha, rompeu a linha da idolatria no basquete e atualmente é apresentador de programas do Flamengo. Ele será o primeiro jogador fora do futebol a receber um busto em sua homenagem no museu do Flamengo, na Gávea, ao lado do ídolo máximo Zico e dos craques campeões mundiais de futebol em 1981. Depois de 12 anos dedicados ao basquete do Flamengo, Olivinha também vai receber essa honraria.
Olivinha se despediu das quadras jogando uma final ao lado do seu torcedor no Maracanãzinho e, apesar do roteiro sem final feliz e a dura derrota que deu o tricampeonato para o Franca, o ala/pivô foi ovacionado pela torcida rubro negra.
Eu trabalhei como repórter nessa grande final e tive a oportunidade de entrevistar o treinador Filipe Luís, então técnico do futebol sub-20 do Flamengo, que falou sobre a importância de Olivinha para o clube.
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OLHAR APURADO
Uma curadoria diária com as opiniões dos colunistas do UOL sobre os principais assuntos do noticiário.
Quero receber"Olivinha é um grande amigo e ídolo, que representa verdadeiramente o que é levar essa camisa e as cores do Flamengo pelo Brasil e pelo mundo. Ele esteve na minha despedida dos campos, então fiz questão de prestigiar a despedida dele das quadras".
Olivinha honrou o manto e ficará para sempre eternizado nos corações rubronegros. Mas do atual elenco, quem será o jogador mais preparado para vestir a farda do herói do basquete rubro-negro?
Dentro do fortíssimo elenco montado para a temporada 24/25, enxergo três jogadores com perfil para assumir esse posto de ídolo.
O Batman
Em sua terceira temporada vestindo o manto rubronegro, o ala Gui Deodato tem atributos de sobra para contagiar as arquibancadas.
Alcançou o status de estrela como campeão do NBB pelo Bauru em 16/17, e conseguiu atingir o patamar de herói ao vestir a capa do Batman e voar para cravar diante dos jurados, se sagrando bi -campeão do torneio de enterradas do Jogos das Estrelas.
Recém-convocado para seleção brasileira, aos 33 anos, Gui continua ostentando potencial atlético para invadir o garrafão, sacudir o aro e o torcedor. Tem um chute confiável - aproveitamento próximo aos 40% na atual temporada, atributo que garantiu a vitória contra o Pinheiros. Matou duas bolas de 3 no último minuto assumindo a responsabilidade, anotando 12 de seus 15 pontos no último período.- e, com tanto poder de fogo, pode ser mais agressivo em relação à cesta e assumir maior protagonismo de maneira mais frequente.
O Mago
Franco Balbi é mais um dos bons armadores formados pela escola argentina de basquete. Sua ótima leitura de jogo e passes magistrais lhe renderam o apelido de "El Mago" Balbi.
Com bastante tempo de casa, o base desembarcou no Brasil em 2018 e logo foi bi-campeão consecutivo do NBB. Continuou liderando a equipe em históricos títulos e, após a conquista da BCLA e da Copa Intercontinental em 2021, deixou o Flamengo para voltar ao seu país natal para defender o Boca Juniors. Lá, venceu o prêmio de melhor armador da Liga Argentina em 2022/23.
De volta ao NBB 23/24, foi um dos jogadores mais consistentes do elenco. Mas, mesmo com bons números individuais, viu seu time ser dominado pelo Franca na final dentro do Maracanãzinho.
Nesta temporada, vem perdendo tempo de quadra para o ótimo Alexey, recém chegado do Capitanes, da G-League da NBA, e também presente na lista de Aleksandar Petrovic para seleção brasileira.
Balbi, aos 35 anos, ainda é o jogador mais experiente e com mais tempo de casa, poderia tomar a frente e ser a referência do time no NBB.
Jordan
Carregando o nome da lenda do basquetebol e algumas características semelhantes, o norte-americano recém chegado ao Flamengo tem potencial para cravar o nome da história do basquete do clube.
Jordan Williams, de 31 anos, tem 1,98m de altura - assim como o maior de todos, Michael Jordan - e gosta muito de usar o tradicional arremesso fadeaway (caindo para trás), uma das marcas registradas do eterno camisa 23 dos Bulls.
Na última temporada, vestindo a camisa do Maccabi do Uruguai, fez 16,8 pontos por jogo e vem sendo o principal pontuador do time do NBB Caixa.
Com um começo de temporada quente, o ala registrou 24 pontos de média e foi eleito o destaque da primeira semana do NBB 24/25.
Mesmo como cestinha do NBB, Jordan começou a partida contra o Corinthians no banco de reservas e ficou longe da mesma produtividade, anotando somente 2 pontos. O ala demonstrou que tem pontos nas mãos, se recuperou e foi um dos destaques contra o Pinheiros com 14 pontos e 6 rebotes.
O que a vida quer da gente é coragem
Talento tem de sobra no time rubro-negro, mas é bom ter em mente o que disse Filipe Luís sobre seu amigo Olivinha: além de jogar, no Flamengo o atleta precisa entender o que representa vestir e levar essas cores pelo Brasil e pelo mundo. Coragem!
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