Gustavinho Lima

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Reportagem

Elinho ultrapassa Fúlvio e se torna o maior assistente da história do NBB

A noite do dia 5 de novembro foi histórica para o armador Elinho Corazza, do Corinthians, que utrapassou a marca de 2417 assistências e se tornou o maior assistente de todos os tempos do NBB.

No jogo de terça contra o Paulistano, faltando pouco mais de três minutos para o fim do primeiro quarto, Elinho só repetiu o que mais gosta de fazer: deixou um companheiro livre para pontuar. O ala-pivô corinthiano Victão recebeu o passe e finalizou com precisão.

O jogo foi paralisado com uma linda homenagem prestada pela Liga Nacional de Basquete em comum acordo com Corinthians, seu atual time, e o Paulistano, seu primeiro time no NBB.

Gustavinho, ex-jogador de basquete, e Elinho, do Corinthians
Gustavinho, ex-jogador de basquete, e Elinho, do Corinthians Imagem: Yuri Reuters - LNB

Com uma cerimônia que durou cerca de cinco minutos, Elinho recebeu um belíssimo quadro e também uma cartola estilizada, símbolo de sua magia e maestria dentro das quatro linhas. Com o microfone aberto ao ginásio, agradeceu visivelmente emocionado.

Quero agradecer, principalmente, a todos que fizeram as cestas, sem eles não teria as duas mil e tantas assistências. Quero agradecer a todo mundo que me ajudou a chegar aqui, meus mentores, treinadores, preparadores físicos, fisioterapeutas e todo mundo.

Do Magic Fúlvio para o maestro Elinho

No jogo que precedeu a quebra do recorde e já na contagem regressiva, Elinho brilhou ao anotar 15 assistências (melhor marca da temporada do NBB) contra o Brasília e igualar o recorde de Magic Fúlvio, um dos mais importantes armadores do Brasil. Mesmo com mais uma atuação emblemática do Elinho, o Corinthians foi superado pelo Brasília em casa por 105 a 99.

Fúlvio, segundo maior assistente da história do NBB
Fúlvio, segundo maior assistente da história do NBB Imagem: LNB

Fúlvio encantou gerações como um dos melhores armadores do basquete brasileiro nos últimos 20 anos e, aposentado das quadras como jogador, trabalha hoje como supervisor do Brasília. Ele pode acompanhar de perto a grande performance do Elinho, antecedendo a passagem do bastão, ou melhor da cartola de melhor assistente de todos os tempos.

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O Elinho, assim como eu sempre, foi mais passe do que cesta, e se tem alguma coisa que vai simbolizar tão bem o que é assistência, principalmente de 2024 em diante, se chama Elinho, o maestro

Elinho e Fúlvio são atletas que sempre pregaram o jogo coletivo e, sem dúvida, fizeram seus parceiros de time melhorarem, além de deixarem o jogo mais bonito.

Em seu discurso, Elinho reconheceu também o legado de Fúlvio.

É muito especial para mim tudo isso daqui, demorei um pouquinho, tive cem jogos a mais que o Fúlvio, dá para ver que o nível dele era um pouco acima? Ele foi, sem dúvida, o armador que eu mais estudei e mais aprendi vendo jogar

O início o fim e o meio

Receber a homenagem no Paulistano teve gosto especial para o armador de 35 anos. Elinho iniciou sua jornada no NBB 2010/11 justamente no Paulistano, foi lá que ele deu sua primeira assistência..

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É muito especial para mim poder voltar aqui diante do clube que eu comecei a jogar no NBB CAIXA, em uma quadra onde fomos campeões paulistas e do único título do NBB daqui. Esse clube é muito especial para mim, foi quem me deu as primeiras oportunidades no adulto

Elinho ficou por três temporadas no Paulistano e se transferiu para o Minas, onde atuou por uma temporada. Lá, ele cresceu muito na liderança e na visão de jogo, terminou a competição como vice -líder de assistências (6,3 por jogo) da Liga.

Jogou pelo Mogi por três anos, mas sofreu com uma lesão no LCA (ligamento cruzado anterior) do joelho que o afastou das quadras por 8 meses e, apesar dos títulos conquistados no Paulista e da Copa Sul-Americana, não teve o mesmo espaço e efetividade.

Volta por cima com título do NBB

Em 2017, retornou ao Paulistano para compor um time jovem que encantou o campeonato. Além de Elinho, grandes jovens prospectos como Lucas Dias, Yago e Jhonathan Luz fizeram parte desse elenco.
Com moral com o então técnico Gustavinho de Conti, o armador Elinho novamente esteve entre os melhores passadores da Liga com média de 6,3 assistências por jogo e se sagrou campeão do NBB CAIXA justamente em cima do Mogi na grande final.

Disputado no mercado de transferências, o point guard fechou com o grande e tradicional Franca, onde ficou por três temporadas. Na capital do basquete, se sagrou tricampeão paulista e também campeão da Copa Sul Americana, além de liderar novamente a Liga em passes para a cesta (7 assistências por jogo) até se transferir para o São Paulo.

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No tricolor permaneceu por duas temporadas, sendo em uma delas o primeiro em assistências do ano e eleito melhor armador do NBB. Perdeu a final do campeonato nacional para Franca, mas conquistou a BCLA, uma espécie de Libertadores do basquete, o título de maior expressão da história do basquete tricolor.

Trocou o São Paulo pelo rival Corinthians e em sua primeira temporada em 2023/24 conseguiu a maior média de assistências da história da competição, com 9,1, além de igualar a marca de Magic Fúlvio com maior número de assistências em uma partida: simplesmente 21 em um só jogo.

2428 assistências e contando?

Depois da quebra do recorde, Elinho ainda ajudou a encerrar o mau momento corintiano e a sequência de duas derrotas no campeonato. O Corinthians venceu o Paulistano por 75 a 69 e o armador foi um dos destaques do jogo. Elinho anotou um duplo duplo com 10 pontos e 12 assistências, abrindo assim vantagem para o agora segundo lugar Fúlvio (2416).

Elinho, maestro do Timão e maior assistente da história do NBB, tem agora 2428 assistências e contando?

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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