'Kobe abrasileirado', Shamell é o 1º jogador a atingir 9 mil pontos no NBB
O norte americano Shamell Stallworth, ala do Caxias do Sul e maior cestinha da história da Liga Nacional de Basquete, conseguiu mais um feito histórico na vitória sobre o Botafogo por 69 a 63.
No segundo quarto do jogo, em um contra ataque do Caxias, Shamell, livre, poderia ter infiltrado, mas confiou na precisão de seu chute de três pontos, acabou pisando na linha, mas a bola caiu para se tornar o primeiro jogador na história do NBB a superar a barreira dos 9 mil pontos.
Como de costume, o ala foi um dos destaques do seu time com 14 pontos, totalizando 9005 pontos na carreira.
Shamell está em casa no Brasil, jogou todas as temporadas no NBB Caixa e comemorou sua supremacia como cestinha da Liga.
"Quando chega aos recordes, é sempre bom ser o primeiro a alcançá-los. Assim ninguém pode tirar isso de sua história. Certeza que alguém vai quebrar meu recorde, mas é muito bom ser o primeiro jogador a chegar aos 9000 pontos. Mostra o meu trabalho, quase 21 anos aqui no Brasil, é a minha primeira casa, os Estados Unidos são minha segunda casa, mas mostra a entrega que fiz nesses anos todos de basquete."
Mamba Mentality
Shamell tem um jogo de muita técnica e classe e conta com um dos maiores repertórios ofensivos do basquete nacional.
Se Kobe Bryant claramente se inspirou em Michael Jordan e "roubou" seus movimentos, fica claro que Shamell teve o ídolo eterno do Los Angeles Lakers como inspiração.
Em uma clara homenagem, Shamell, assim como Kobe, já usou a camisa 8 e também a 24 as costas.
As semelhanças não ficam no tributo, seu trabalho de pés de frente e de costas para cesta e chute no fadeaway são uma aula à parte, e também a mão calibrada na linha de três pontos são algumas das semelhanças no estilo de jogo entre Mell e Kobe.
Shamell também lidera a Liga Nacional de Basquete nos chutes de três pontos convertidos com absurdas 1.199 bolas certas e ótimos 39% de aproveitamento.
A superação também é uma das características que lembra Kobe Bryant. Lutando na reabilitação de cirurgias sérias no tornozelo, tendão de aquiles e cotovelo, Shamell teve que ter a famosa "Mamba Mentality" para conseguir seguir em alta performance após tantas lesões.
Disciplina e resiliência
Joguei ao lado de Shamell do Pinheiros e também em Mogi e pude ver a sua extrema dedicação nos treinamentos técnicos individuais e sua capacidade de evolução.
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Quero receberÉ o maior cestinha da história do Pinheiros, onde ficou por cinco temporadas, e em 2013 conquistou a BCLA (uma espécie de Libertadores do basquete), maior título da história do clube, sendo escolhido como MVP (most valuable player- 'jogador mais valioso').
Se transferiu para Mogi das Cruzes, onde é até hoje o cestinha e maior ídolo do basquete da cidade, se sagrando campeão paulista e da Copa Sul-Americana.
Rumou para o São Paulo, onde novamente ganhou o Paulista e a BCLA, também o título de maior expressão do basquete tricolor.
Resiliente aos 44 anos, veste as cores do Caxias do Sul e diz que ainda esse ano não será "A Última Dança".
The Last Dance?
"Tem muita gente falando que vai ser minha última temporada, não cai nessa não (risos), ainda tem muita coisa pra acontecer. Quando eu falar, vocês vão saber."
Tem um filme do diretor Spike Lee que se chama "Kobe Doin Work", em que o diretor aponta 30 câmeras para Kobe durante um jogo de basquete, captando além da sua destreza e infalível qualidade como jogador, seu espírito competitivo e principalmente de liderança. A proximidade humaniza o jogador. Kobe se foi de forma prematura, ficam importantes registros além de seu enorme legado.
Os amantes da bola laranja sem dúvidas sentem a enorme falta que Kobe faz, mas o público do basquete no Brasil pelo menos por mais algum tempo ainda pode curtir o talento de Shamell, o nosso Kobe "abrasileirado".
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