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José Trajano

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Tem toda razão Jamil Chade

Jogadores de Barcelona e Napoli posam, juntos, em protesto contra a guerra entre Rússia e Ucrânia - Ciro de Luca/Reuters
Jogadores de Barcelona e Napoli posam, juntos, em protesto contra a guerra entre Rússia e Ucrânia Imagem: Ciro de Luca/Reuters

04/03/2022 04h00

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Esta é parte da versão online da edição desta quinta-feira (3/3) da newsletter de José Trajano. Para assinar o boletim e ter acesso ao conteúdo completo, clique aqui.

A newsletter de hoje vai para Thiago Leifert e Caio Ribeiro. Para eles, esporte e política não se misturam.

Aquele abraço!

Tem toda razão Jamil Chade, o maior correspondente brasileiro no exterior, quando escreveu aqui no UOL excelente artigo dizendo que o mundo virou de ponta-cabeça. E que até no mundo dos esportes o impensável aconteceu:

Entidades internacionais marcadas por escândalos de corrupção e confortáveis ao saudar mãos repletas de sangue, agora se apressam para suspender a Rússia dos torneios esportivos. Não me lembro de o COI e a Fifa adotarem a mesma reação quando o governo de George W. Bush se valeu de uma mentira para derrubar um governo, por mais repressor que ele tenha sido, e colocar suas tropas nas areias do deserto.

Não demorou para que, no novo mundo, a Uefa tivesse a ousadia de romper um acordo de publicidade com a Gazprom, depois de uma década na qual o mundo do futebol se comprometeu a exibir o nome da estatal russa em dezenas de jogos. O gesto abriu um outro debate: estamos vestindo nossos filhos com camisas manchadas de tortura e censura?"

Há guerras e conflitos neste momento em 28 países, além de Rússia/Ucrânia. Só para citar alguns: Na Somália, os Estados Unidos usam drones; na Síria, há ataques aéreos de Israel; no Iêmen, crianças morrem com ofensivas da Arábia Saudita. Onde estão a Fifa e o COI?

Não se trata de puxar a brasa para a sardinha do Putin, pelo contrário, estou indignado com a guerra, sou contra a invasão e torço para que a paz seja restaurada rapidamente, mas gostaria que a represália virasse regra para todos, como lembra Breiller Pires, "se a Fifa tivesse adotado desde os anos 90 o mesmo critério que eliminou a Rússia, os Estados Unidos não sediariam uma Copa depois de invadir em sequência Iraque, Kuwait, Haiti e Somália, nem chegariam às quartas no ano seguinte à invasão do Afeganistão".

Por não querer ser tudólogo, expressão cunhada pelo brilhante Lira Neto, para definir especialistas em nada e comentaristas de tudo, que surgem a todo momento nas redes sociais e nas telas das emissoras de TV, encerro meu comentário sobre a guerra Rússia/Ucrânia, onde acredito que o mais importante é não cair na narrativa de que há mocinhos nessa história. Nem Putin nem Biden nem Zelensky.

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LEIA MAIS NA NEWSLETTER

Na newsletter desta semana, José Trajano também descreve uma visita ao Museu da Língua Portuguesa, recentemente reaberto no centro de São Paulo. O colunista destaca depoimentos de gente de Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, Timor Leste, Goa, além de frases de grandes escritores, como Fernando Pessoa e José Saramago.

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