Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Garotos precoces e preciosos
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Endrick Felipe Moreira de Sousa tem 16 anos, três meses e alguns dias, e já é apontado como a maior revelação do futebol brasileiro dos últimos tempos. Fez o seu primeiro gol no profissional na terça-feira (25), contra o Athletico Paranaense, na Arena da Baixada.
Ele, assim como Vitor Roque, um ano mais velho, e que foi seu adversário na partida em Curitiba, tem muita pinta de craque. São fortes, driblam bem, estão sempre procurando o gol e nas divisões de base mostraram que são acima da média.
Outro que se destaca pela pouca idade (também tem 17 anos) é Ângelo Gabriel, do Santos, um pouco menos badalado do que os outros dois.
Ninguém garante que quando se tornarem adultos irão virar grandes craques, titulares da seleção brasileira e ídolos por onde passarem. Pelo andar da carruagem, as chances são imensas! Tomaram que consigam!
O surgimento desta moçada, a chamada geração 2026, me fez voltar no tempo e lembrar de muitos que jogaram como titulares com idades assim e se deram muito bem.
Pelé, com 16 anos, fez gol pela seleção brasileira contra a Argentina e foi campeão do mundo na Suécia com 17, mas esse é gênio e não conta.
Edu, extraordinário ponta-esquerda, foi para a Copa de 1966 com 16 anos; Coutinho, maravilhoso companheiro das tabelinhas com Pelé, estreou no Santos com apenas 14 anos — isso mesmo, 14 anos —, jogando no lugar do grande centroavante Pagão; Neymar virou profissional com 17; Jô, com 16 anos, jogou como titular do Corinthians; Odegaard, craque norueguês do Arsenal, com 15 anos foi o mais jovem jogador a atuar na Liga Europa; Rodrygo, hoje no Real Madrid, vestiu a camisa santista profissional aos 16. E seu companheiro na Espanha, Vini Junior, também, quando jogava pelo Flamengo.
Poderia aumentar a lista, há muitos casos por aí. Deixo para os leitores completarem.
Alguns não foram para a frente e fracassaram. O caso mais simbólico é de Freddy Adu, nascido em Gana e naturalizado norte-americano, que com 14 anos foi apontado como o novo Pelé. Perambulou por todos os cantos do planeta e chegou a jogar até em um time da 4ª divisão da Suécia. Hoje, com 33 anos, dá aula de futebol para jovens.
Deixei para o fim o meu homenageado nesta história de jovens precoces e preciosos. Ele é Eduardo Antunes Coimbra, o maior jogador que vi atuar com a camisa do America. De uma família de craques, irmão do falecido Antunes, que jogou pelo Fluminense e também pelo America, do Nando e do genial Arthur Antunes Coimbra, o Zico.
Eduzinho, maior craque da história do America, baixinho, miúdo, endiabrado, autor de 212 gols com a camisa rubra, também jogou por Flamengo, Vasco, Bahia, Colorado e Campo Grande, e chegou a ser convocado para a seleção brasileira, em 1967. Estreou com 16 anos no time titular americano em 4 de agosto de 1965 contra o Botafogo, pela Taça Guanabara.
O feito dele, porém, é outro: em apenas 15 dias jogou em três divisões diferentes, infanto-juvenil, juvenil e aspirantes, até vestir a camisa de titular no Maracanã. Façanha que não é para qualquer um!
Salvem os jovens talentos do futebol brasileiro! Que nos deem muitas alegrias assim como o querido Edu me proporcionou.
E atenção: quem tem mais de 16 anos, com idade igual a esses endiabrados jovens, não deixe votar neste domingo.
Vamos juntos voltar a ser feliz!
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