Desfile de campeão no Engenhão

O Palmeiras amassava o Botafogo no Nilton Santos, envolvia completamente o alvinegro, até a trave já havia atingido com Zé Rafael quando, aos 20 minutos, Saravia achou Tiquinho Soares que marcou belo gol ao chutar de fora da área, aproveitar o campo e a bola molhados e fazer 1 a 0.

Mas demorou só um tiquinho para o Palmeiras empatar, de pênalti cobrado por Gustavo Scarpa depois de mão na bola de Gabriel Pires, em dividida com Zé Rafael.

Pouquinho depois, Piquerez fez linda incursão pelo lado esquerdo e cruzou rasteiro para Mayke, escalado como atacante, virar de carrinho: 2 a 1.

Em menos de meia hora o futuro campeão brasileiro de 2022 mostrava por que é também o melhor visitante do campeonato, não apenas por estar na frente, mas porque jogava bem, muito bem, descansado, intenso, rápido, envolvente.

Não restou outra alternativa ao português Luís Castro se não mandar o Glorioso à frente e o amigo dele, Abel Ferreira, agradecia, porque sobrava espaço para o Palmeiras se aproximar do terceiro gol.

Que saiu aos 15, com jogada iniciada por Dudu na intermediária e completada por ele mesmo dentro da área, depois de passe de Rony e participação de Danilo: 3 a 1.

Mais que atropelar, o Palmeiras desfilava como autêntico campeão no gramado carioca, só sem as faixas, até porque atrapalham as evoluções.

Controlado, Abel Ferreira mostrava ao amigo Luís Castro não apenas um belo espetáculo como, ainda por cima, que é visitante bem-educado, tranquilo, sentado no banco a maior parte do tempo.

Aos 24', porém, Zé Rafael escorregou, caiu em cima de Eduardo e levou o segundo cartão amarelo.

Dai Navarro, Atuesta e Gabriel Menino entraram nos lugares de Scarpa, Dudu e Rony, assim como Kuscevic substituiu Mayke, porque a brincadeira tinha acabado e a hora era de garantir a vitória.

Jogar com dez tem sido habitual na vida do líder, apesar da expulsão de hoje ter sido exagerada.

Por mais vontade que o Botafogo mostrasse a diferença é tanta que pouco conseguiu incomodar, mesmo com um jogador a mais.

Digamos que, talvez, com 11 contra oito, desse para equilibrar.