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Blog do Juca Kfouri

REPORTAGEM

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França é letal, mas precisa melhorar para enfrentar a Argentina

                                 França x Marrocos na Copa do Mundo 2022                              -                                 AFP
França x Marrocos na Copa do Mundo 2022 Imagem: AFP

14/12/2022 17h51

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Depois de deixar Bélgica, Espanha e Portugal para trás, era mesmo demais esperar que Marrocos eliminasse também a França.

Que tratou de se impor e fazer valer não apenas o título mundial que ostenta, mas o bicampeonato seguido que tenta, para se igualar aos italianos (1934/38) e brasileiros (1958/62), e o tri alternado (1998/2018/22).

95% do estádio vaiavam qualquer coisa que parecesse francesa, da escalação aos jogadores, a ponto de nem a Marselhesa ser poupada por alguns.

Se aparecesse um abajur no gramado também seria vaiado. Pão francês, então, nem se fala.

Quando o jogo começou ficou claro que Marrocos não teria pressa e que cada vez que a bola fosse tocada por um francês o mundo viria abaixo.

Assim aconteceu durante 4 minutos, quando, no primeiro ataque da França, Fernandez abriu o marcador: 1 a 0.

Os marroquinos jogavam a morrer, os europeus apenas para sobreviver e ir à final.

No segundo ataque azul, branco e vermelho, Giraud chutou na trave. No quarto, da marca de pênalti, sem goleiro, virou para fora.

A superioridade francesa era indiscutível e provavelmente se materializaria no segundo tempo, porque a correria do adversário cobraria seu preço.

O heroico capitão Saiss, por exemplo, enfaixado contra a Espanha, saído de maca contra Portugal, não aguentou nem o primeiro tempo, que terminou com bicicleta defendida por Lloris, em bola que iria à trave.

Quando começou o segundo tempo a torcida marroquina voltou a cantar e parecia repetir em coro o eu acredito da massa do Galo.

Um rush sensacional de Mbappé da intermediária francesa até a área marroquina acabou interrompido por carrinho temerário e Marrocos perdeu duas chances seguidas de gol, numa pressão surpreendente.

A França sofria com Marrocos o que a Argentina não sofreu diante da Croácia.

Os africanos continuavam a jogar a morrer, como se contaminados pela torcida que cantou o hino como se fosse para a guerra, como, aliás, fizeram os franceses na decisão de 1998, no Stade de France, contra o Brasil.

A França tentava matar o jogo em contra-ataque, mas parecia anêmica perto do esforço vermelho e verde.

Lionel Messi e companhia deviam estar gostando do que viam, porque jogam com o mesmo coração e são tecnicamente muito melhores que os marroquinos.

Mbappé não é o chamado homem-esquadra, papel de Griezmann, que Messi desempenha com incomparável superioridade. E Giraud não amarra a chuteira do pé esquerdo de Benzema.

Para desespero de 65 mil das 68 mil pessoas no estádio, Marrocos, com 75% de posse de bola, chegava perto do gol e não finalizava, como fez Hamdallah, aos 76 minutos.

A França só queria fazer o tempo passar, coisa que o Brasil não soube fazer e a Argentina nem precisou contra a Croácia.

Só que Mbappé resolveu tricotar na área, deixou três para trás e deixou o descendente de congoleses Kolo Muani, que acabava de entrar, na cara do segundo gol: 2 a 0.

A tal história do quem não faz, toma. Bobeou na frente de Mbappé, dançou.

Argentina e França vão fazer uma decisão para ninguém botar defeito e, nessas alturas da Copa, sem favorito,

Favoritos são os marroquinos contra o croatas na disputa do terceiro lugar, para eles uma baita conquista.