Está acabando mais um grande festival de futebol

Anuncia-se para amanhã um inesquecível show de encerramento da 22ª Copa do Mundo, a primeira em país árabe, milionário país árabe.

Foram 30 dias como se o futebol fosse exposto em luxuoso Salão do Automóvel, interminável desfile ao estilo São Paulo Fashion Week. Quem sabe o Rock in Rio da bola.

Festa nababesca para os VIPs e para os VVIPs!

O futebol nos gramados dos estádios espetaculares, cada um mais bonito que o outro por fora, embora quase indestinguível por dentro?

Sem nenhuma novidade, mas com o brilho dos dois gênios que decidirão o torneio, Lionel Messi e Kylian Mpabbé.

Alguns lindos gols, o de voleio de Richarlison incluído, e o lance que fez parar tudo, quando vimos Mané Messi.

Hoje o mata-mata decide quem fica com o terceiro lugar.

Serão Croácia e Marrocos donos de seleções melhores que as do Brasil, da Inglaterra, da Itália que nem veio à Copa?

Claro que não, apesar de Argentina e França terem os dois melhores times do torneio.

É disso que se tratou neste país perfeito em sua caprichada, sufocante imperfeição, discriminação, preconceito, indiferença aos direitos mais básicos do ser humano, sociedade fechada, para poucos privilegiados nativos.

A Copa do gás, do petróleo, da geopolítica onde o interesse do capital se sobrepõe ao direito da humanidade, da natureza, do cada uma e um ser como quiser.

Está acabando e será inesquecível, como a mais ostentatória e pior de todas as dez que testemunhei, nada que se compare à da Espanha, em 1982, ou à da Rússia, em 2018, talvez parecida à da Argentina, em 1978, mas nessa não estive.

Que venham os dois derradeiros jogos.