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Aucas derrota o Flamengo porque foi melhor
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Quito, 2850 metros de altitude, é menos sufocante que La Paz, 3.600 metros, mas, mesmo assim, não é nenhum refresco.
E o Flamengo estreou lá, contra o Aucas, campeão equatoriano no ano passado, tão desconhecido seu como meu, mas que acabou três pontos à frente do fantasma Independiente del Valle.
Estreante na Libertadores, o time amarelo e vermelho ocupa a 12ª posição no campeonato deste ano, mas com apenas quatro rodadas e só quatro pontos atrás do líder, exatamente o Del Valle.
O Flamengo estreou poupando titulares porque tem a decisão do estadual contra o Fluminense no domingo.
David Luiz, Léo Pereira, Ayrton Lucas, Gerson e Pedro ficaram no banco e Wesley, Victor Hugo, Marinho e Matheus França foram para o jogo, além de Gabigol, como centroavante.
Corajoso, o Vitor Pereira, por começar a campanha pelo tetracampeonato da Libertadores a meia-boca, mas Abel Ferreira fará o mesmo com o Palmeiras, em La Paz, daqui a pouco.
E estão certos, sendo que o palmeirense radicalizou ao não levar nenhum titular.
O estádio do Aucas é modesto, com capacidade para apenas 22 mil torcedores, estava mais vazio que cheio, mas o gramado pareceu bom.
Chovia em Quito, os brasileiros tinham mais a bola, mas Santos foi quem teve de fazer as duas defesas mais difíceis até que, aos 40 minutos, o menino Matheus França fez um golaço, ao deixar dois zagueiros na saudade e, de bico, matar o goleiro: 1 a 0.
Naturalmente o segundo tempo seria mais complicado, porque bateria o desgaste, embora o Flamengo tivesse banco poderoso e experiente para usar.
O intervalo chegou com a vantagem rubro-negra e com o português irritado, na pilha de responder a torcedor que cornetava na arquibancada. Bobagem dele.
O Flamengo nem jogava bem, nem precisava jogar bem. Jogava o suficiente para estar na frente e, pelas circunstâncias do calendário e da altitude, bastava.
Com oito minutos do segundo tempo ficou claro que os equatorianos tinham clareza sobre o que poderiam fazer diante do desgaste brasileiro e enquanto o venezuelano Otero, ex-Galo, Corinthians e Fortaleza, infernizava a defesa carioca, Santos trabalhava para evitar o empate.
Era hora de botar pulmões novos para resistir. Sem demora, mas Vitor Pereira demorava.
E Castilho, aos 58 minutos, com chuva forte, empatou quase num repeteco do gol de Matheus França.
Então, Ayrton Lucas, Gerson e Varela, substituíram Wesley, Vidal e Marinho.
Everton Ribeiro e Gabigol não rendiam o que se esperava, ao contrário.
Quando o jogo chegava aos 65 minutos, o empate já estava de bom tamanho e a virada parecia iminente.
Exatamente aí, ou melhor, aos 66, Castillo aproveitou a linha burra da defesa e virou: 2 a 1.
Para sorte da Nação, o VAR chamou e uma falta em Varela anulou a virada. Ufa!
Pedro, aos 78, no lugar de Everton Ribeiro, quando o Flamengo conseguia domar o ímpeto do adversário.
Quatro minutos depois Cebolinha entrou no lugar de Matheus França, o melhor rubro-negro em campo.
E num desentendimento entre Cebolinha e Gabigol, o contra-ataque encontrou Ordóñez para, enfim, virar: 2 a 1. Com absoluta justiça.
O discurso final é o de sempre: o coadjuvante Aucas é limitado, o Flamengo é muito melhor, mas, vacilou.
Nós, brasileiros, não aprendemos.
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