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Palhinha foi mais que um no Corinthians
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Palhinha fez, com a cara e a coragem, o gol da vitória corintiana sobre a Ponte Preta no primeiro jogo das finais do Campeonato Paulista de 1977: 1 a 0.
Estava aberta a porta da felicidade.
No segundo jogo, diante de mais de 146 mil torcedores, se machucou, foi substituído por Vaguinho, que fez 1 a 0, mas a Ponte virou para 2 a 1 e forçou o terceiro jogo, novamente no Morumbi.
Então, ao sair do departamento médico no Parque São Jorge, Palhinha encontrou o técnico Oswaldo Brandão que perguntou: "Vai jogar, Palha?".
"Dói até para andar, seo Brandão", respondeu o atacante.
E ouviu do técnico: "Pior é a minha dor, que não consegue nem sair da cama, Palha".
O filho de Brandão estava em estado terminal, vítima de câncer.
Palhinha não conseguiu jogar a finalíssima, vitória também por 1 a 0, que terminou com a fila de 23 anos.
No lugar de Palhinha jogou Basílio, o autor do gol libertador.
Mas quem estava no vestiário, naquela noite de 13 de outubro, conta que, na preleção, Palhinha interrompeu o treinador e fez um apelo comovente ao pedir aos companheiros que ganhassem o título para Márcio, o filho de Brandão.
Dois anos depois, ao lado de Sócrates, formou dupla tão excepcional que o Doutor dizia ter sido Palhinha seu melhor parceiro dentro de campo.
Extremamente simpático e gentil, Palhinha era capaz de jogadas tão viris como finas, atacante completo, características amplamente demonstradas em 1977 e em 1979, novamente campeão.
E foi embora, aos 73 anos, cedo demais.
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