Marí era importante para o Flamengo, substituição não é automática
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O Flamengo vai fazer um negocião com Pablo Marí. Um bom empréstimo ao Arsenal, com um ótimo valor de venda para um zagueiro. Mas, ainda que tenham chegado Gustavo Henrique e Léo Pereira, a perda do espanhol não pode ser desprezada.
Como no Brasil a análise é primordialmente individual, alguém vai se lembrar de uma falha ou outra e dizer que Marí era fraco. Aliás, nessa toada, tem muito zagueiro que, por meter alguns gols de cabeça, camufla o monte de falhas no seu trabalho primário: defender. São elogiados, quando deveriam ser criticados.
Marí não é um primor individualmente. Mas ele foi essencial para Jorge Jesus taticamente.
O técnico português chegou com uma proposta de defesa alta e campo encurtado. O que é o be-a-bá faz tempo na Europa, mas é raro por aqui. A maioria dos treinadores ainda preferem ter um zagueiro "na sobra", essa coisa medieval.
Como Marí já estava mais do que habituado a isso, facilitou demais o trabalho do português. É claro que ele tinha, ao lado, laterais também habituados a isso, um goleiro habituado a isso e o fato de Rodrigo Caio ter um alto QI futebolístico ajudou para que o outro zagueiro do time se adaptasse.
Defesa sólida é muito mais sistema do que indíviduos.
Gustavo Henrique e Léo Pereira saberão jogar assim? Saberão fazer o que Marí fazia taticamente, em termos de posicionamento?
Acredito até que sim, mas só o tempo e a prática nos dirão. A venda de Pablo Marí foi bem feita. Mas, para o time, ele era mais importante do que parecia.
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