Sanz foi o presidente que tirou o Real Madrid da fila europeia
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Morreu neste sábado Lorenzo Sanz, presidente do Real Madrid entre 1995 e 2000. Diabético, ele foi mais uma vítima do coronavírus, que devasta a Espanha e outros países do mundo.
Sanz era o presidente do Real Madrid quando o clube conquistou duas Ligas dos Campeões da Europa, em 98 e 2000. "La séptima" e "la octava". O Real não era campeão europeu havia 32 anos quando saiu da fila.
O início nos anos 90 haviam marcado também um tetracampeonato espanhol inédito e o primeiro título europeu do Barcelona. Neste cenário, em 1995, Sanz assume a presidência do Real de forma interina. É referendado e recebe um mandato no início de 96. Começa, então, uma política arriscada, de alto gasto financeiro, que poderia ter quebrado o clube - mas funcionou.
Contratou Suker, Mijatovic, Seedorf, Roberto Carlos, Illgner, Panucci, depois Zé Roberto, Morientes, Sávio...
Abriu a carteira. Sanz, um ex-goleiro de equipes pequenas, tinha se transformado em um empresário de sucesso e com boas conexões. Ninguém vira presidente do Real Madrid sem boas conexões - mais tarde, bem mais tarde, já quando não fazia mais parte do comando do clube, Sanz seria condenado por um punhado de crimes de colarinho branco.
As contratações em 96 e 97 montaram a base para o alemão Jupp Heynckes, que sucederia Fábio Capello, conquistar o título europeu em 98. Um ano depois, Sanz efetivou como técnico principal um certo Vicente Del Bosque, que conquistaria a Champions do ano 2000 e, já sem Sanz na presidência, também a de 2002.
Sanz tinha mandato até 2001, mas resolveu antecipar eleições para ser o presidente do clube no ano do centenário (2002). Se deu mal. Um certo Florentino Pérez, que é presidente do clube até hoje, deu o passo certeiro ao prometer pagar a cláusula rescisória e tirar Figo do maior rival. A promessa de campanha deu certo, e Pérez ganhou uma apertada disputa contra Sanz - no primeiro ato, cumpriu a palavra e trouxe o português do Barcelona, no que seria o início da era "galáctica".
Sanz nunca mais conseguiu voltar ao poder no Real Madrid - chegou a concorrer em 2004, tendo só 5% dos votos. E começou a enfrentar os problemas judiciais, um atrás do outro. A última condenação veio em 2018, por evasão fiscal. Era picareta, não podemos negar. Mas foi o presidente que recolocou o Real Madrid no topo do mundo.
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