Quando grandeza e respeito pelas torcidas falam mais alto que o resultado
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Real Sociedad e Athletic Bilbao, os dois principais clubes do País Basco, soltaram um comunicado oficial nesta segunda-feira anunciando que só disputarão a final da Copa do Rei, que estava marcada para o último dia 18 de abril, quando for possível jogar com portões abertos e torcidas no estádio. Uma decisão que atropela picuinhas, pequenezas e imediatismo para privilegiar o que mais importa: a história, os torcedores e sócios.
Será a primeira vez na história que os rivais bascos se enfrentarão em uma final de Copa do Rei - o único jogo da temporada espanhola em que há estádio dividido entre duas torcidas. Os clubes eliminaram Real Madrid e Barcelona no caminho e a festa, que seria realizada em Sevilha, era esperada pelo país inteiro.
Essa é a rivalidade saudável, não aquela em que um quer ver o outro morto, na lama. Rivais não são inimigos. A rivalidade que vale é esta, quando as duas partes entendem que uma é importante para a outra. Os torcedores esperaram a vida para ver um dérbi basco deste tamanho, não seria justo que fossem privados disso.
A Federação Espanhola apoiou o pedido, mas quer que a partida seja realizada antes da próxima final de Copa do Rei (fim da temporada 20/21). Ou seja, está aberta a possibilidade para que o jogo seja disputado só no ano que vem. Com a decisão, no entanto, podem haver consequências esportivas.
O campeão da Copa se garante na Europa League 20/21. Com a decisão de não jogar a partida antes de 5 de agosto, data limite imposta pela Uefa, fica definido que a terceira vaga espanhola para a Europa League será a do sétimo colocado no campeonato (além do quinto e do sexto). Neste momento, a Real Sociedad é a quarta colocada no Campeonato Espanhol, mas o Athletic é só o décimo - ele poderia, portanto, ser campeão da Copa do Rei (sabe-se lá quando), mas ficar sem jogar competição europeia.
A cota de sacrifício da Real é, a meu ver, ainda maior. É um time melhor do que o Athletic e que, sendo o jogo realizado em algum momento da temporada que vem, possivelmente estará sem seu grande destaque, o norueguês Odegaard. O meia-atacante de 21 anos pertence ao Real Madrid e deve ser resgatado do empréstimo para a temporada que vem.
E se fosse no Brasil? Digamos, uma final de Copa do Brasil em jogo único entre dois times da mesma cidade. E um deles perderia seu melhor jogador com o adiamento de meses da partida. Será que haveria esse sacrifício esportivo, que pode significar a derrota, em nome de preservar a festa e oferecer o jogo para os torcedores no estádio?
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