Dez anos do jogo mais gelado da seleção brasileira nas Copas
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Foi em um dia 15 de junho de 2010, portanto, dez anos atrás. Lembro que o termômetro de algum celular apontava menos 4 graus no Ellis Park, em Joanesburgo - oficialmente, a temperatura registrada foi de 1 grau negativo. Vento forte e um frio cortante. Inesquecível para quem estava lá - entre tantos outros colegas, este escriba, na época trabalhando para a ESPN. Não havia jaqueta, gorrinho ou luva que dessem jeito.
Neste cenário, o Brasil venceria a Coreia do Norte por 2 a 1, na estreia da seleção de Dunga na Copa da África.
Foi um jogo tão gelado quando o clima. A Coreia do Norte era a seleção mais fraca do Mundial, tanto que levou de sete de Portugal no duelo seguinte. Mas o Brasil só foi furar a defesa rival no segundo tempo, com gols de Maicon e Elano, levando um no final.
Elano, com um gol e uma assistência, foi o melhor do time. No jogo seguinte, sofreria uma pancada contra Costa do Marfim e ficaria fora da Copa, o que se provou bastante prejudicial para a seleção. Elano, quer queira quer não, era um jogador em boa forma, boa fase, confiante e que havia se transformado no principal meio-campista do time, dado que Kaká estava baleado.
A Copa da África do Sul, um raro Mundial no hemisfério sul (os outros foram disputados no Uruguai-30, Brasil-50, Chile-62, Argentina-78 e Brasil-2014), foi a mais fria de todas. Na primeira fase, foram registradas temperaturas abaixo da média histórica do país para um mês de junho. Para se ter uma ideia, a final entre Espanha e Holanda, na mesma Joanesburgo, em julho, teve temperatura de 18 graus celsius. Mas um mês antes, o Brasil x Coreia do Norte foi jogado abaixo de zero.
Um dia antes da estreia da seleção, 700 funcionários decidiram fazer greve e abandonaram seus pontos, o que gerou uma bagunça e tanto na entrada e dentro do estádio. Três apagões deixaram a situação mais caótica, e um dos telões do Ellis Park, um estádio antigo, ficou o jogo todo sem funcionar.
Também ficou para a história o choro Tae-Se, um japonês naturalizado que era o destaque do time norte-coreano e chorou copiosamente quando foi entoado o hino nacional. Em campo, até que ele deu um trabalhinho para a defesa brasileira no primeiro tempo, mas a seleção de Dunga resolveu as coisas no segundo.
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