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Julio Gomes

Champions League tem primeiras semis sem ingleses, espanhóis e italianos

Sterling e Gabriel Jesus lamentam derrota do Manchester City diante do Lyon na Champions League - Miguel A. Lopes/AFP
Sterling e Gabriel Jesus lamentam derrota do Manchester City diante do Lyon na Champions League Imagem: Miguel A. Lopes/AFP

15/08/2020 20h17

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Em 20 de março de 1991, portanto há 29 anos, uma surpreendente vitória por 3 a 1 sobre o Real Madrid, em pleno estádio Santiago Bernabéu, classificou o Spartak Moscou, campeão da extinta União Soviética, para as semifinais da Copa dos Campeões da Europa. O Spartak se juntava ao Olympique de Marselha, campeão francês, ao Bayern de Munique, campeão alemão, e ao Estrela Vermelha, campeão da Iugoslávia, outro país que já não existe mais.

Aquela foi a primeira e última vez que o torneio de clubes mais importante da Europa não teve, nas semifinais, a presença de um representante da Inglaterra, da Itália ou da Espanha.

Foi um ano especial, já que foi a última vez que a Copa dos Campeões foi disputada do jeito de sempre, desde a criação, em 1955. Com somente os campeões de cada país e mata-mata do início até a final. A partir da temporada 91/92, passou a haver uma fase de grupos. Era um laboratório para o que viria: a partir de 1992, o torneio foi renomeado para Uefa Champions League. A partir de 97, passaram a entrar também times que não haviam sido campeões de seus países.

Na era Champions League, global, bilionária e em que os grandes clubes estão sempre presentes, nunca houve uma semifinal sem ingleses, italianos e espanhóis. Até... agora.

Em 2020, as semis terão dois alemães enfrentando dois franceses. Na terça, o Paris Saint-Germain enfrenta o RB Leipzig e, na quarta, o Bayern de Munique joga contra o Lyon.

Precisava mesmo ter acontecido em uma edição tão diferente, no meio de uma pandemia que mata milhares de pessoas mundo afora e que obrigou a Uefa a realizar a fase final em um lugar só (Lisboa), com jogos únicos desde as quartas de final, sem público e em pleno verão, em agosto.

Naquela edição, em 1991, o Estrela Vermelha passou pelo Bayern na semifinal e foi campeão nos pênaltis, contra o Marselha. O grande jogador do time era o croata Prosinecki, que seria vendido ao Real Madrid naquele ano. O Estrela Vermelha, dominante na Sérvia, nunca mais chegou ao mata-mata na Era Champions League. Na atual edição, jogou duas vezes contra o Bayern na fase de grupos e levou de 3 a 0 e de 6 a 0.

Mas tudo bem. O Barcelona levou 8, afinal.